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Correios encerram greve com prejuízo de R$ 20 milhões por dia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A greve dos Correios chegou ao
fim. Hoje todas as agências estarão abertas, e a empresa afirma
que todo o trabalho estará normalizado até segunda-feira.
Os Correios estimam que cerca
de 1,6 milhão de cartas e encomendas estão atrasadas por causa
do movimento, iniciado na quarta-feira da semana passada e afirmam que o prejuízo por dia parado foi de R$ 20 milhões.
A paralisação chegou ao fim
após uma nova rodada de assembléias dos sindicatos filiados à
Fentect (Federação Nacional dos
Trabalhadores dos Correio).
Com os resultados de ontem, foi
atingido o quórum mínimo para
a aprovação do acordo proposto
pelo presidente do TST (Tribunal
Superior do Trabalho), ministro
Vantuil Abdala. A proposta prevê
abono de R$ 800, 8,5% de reajuste
a partir de 1º de agosto e outros
3,61% em fevereiro. Também prevê a reposição dos dias parados
em sistema a ser acordado entre
os Correios e os trabalhadores. A
empresa também se compromete
a não punir nem retaliar os participantes do movimento.
Por questões estatutárias, o Comando Nacional de Negociação
só poderia fechar o acordo se 22
sindicatos, que representam 2/3
dos filiados à Fentec, aprovassem
a proposta do TST.
Nas assembléias de anteontem,
apenas 12 haviam dado a aprovação. Ontem, os dez sindicatos que
completaram o quórum mínimo
foram os Estados de Amazonas,
Ceará, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rondônia, e os sindicatos paulistas de Campinas, de
Noroeste, de São José do Rio Preto, do Vale do Paraíba e da capital.
O acordo não foi assinado ontem. Ficou definido que Correios
e trabalhadores farão um acordo
coletivo privado. As partes, que
negociarão a reposição dos dias
parados, terão até a próxima terça-feira para redigir o acordo e registrá-lo no TST.
"Não é o acordo dos nossos sonhos, mas foi o que conquistamos
na luta", afirmou Marcos Santaguida, diretor do sindicato do Rio
e membro do Comando Nacional
de Negociação.
Os grevistas reivindicavam reajuste real de 20%, reposição da inflação pelo IPCA (5,67%) até
agosto e elevação do piso salarial
de R$ 448 para R$ 931.
Órgãos de defesa do consumidor orientam que boletos de cobrança que tenham chegado após
o vencimento da conta não sejam
pagos com multa ou juros.
Assim como aconteceu em outras greves dos Correios, as empresas devem prorrogar o prazo
de vencimento das contas.
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