|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONTAS VIGIADAS
Justiça avalia pedido Banco Santos quer trocar administrador
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Santos, que teve sua falência decretada na última terça-feira, e seu controlador, a Procid
Participações, pediram ontem a
substituição do administrador judicial da falência da instituição,
Vânio Aguiar.
A petição foi encaminhada ao
juiz da 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial, o mesmo que
nomeou Aguiar como liquidante
da massa falida do Santos.
Os advogados do banco argumentam que há um conflito de interesses básico no caso: "Aguiar
foi o interventor nomeado pelo
Banco Central que administrou o
Santos desde novembro do ano
passado e desqualificou 84% dos
créditos do banco", diz Ricardo
Tepedino, do escritório de advocacia Sérgio Bermudes.
Durante o período em que administrou o Banco Santos, Aguiar
reviu os balanços e provisionou
R$ 2,2 bilhões de créditos que
considerou de difícil recebimento. Trata-se de recursos que, ao
serem cobrados, o devedor contesta na Justiça por ser, também,
credor do banco. Em muitos casos, o devedor tenta compensar as
perdas que teve com aplicações financeiras feitas na instituição.
A Folha apurou que apenas R$
220 milhões podem ser recuperados e destinados a pagar os credores do banco. O controlador do
Banco Santos e seus advogados
questionam os critérios usados
pelo ex-interventor e atual liquidante para fixar o montante passível de recuperação. "Muitos
desses créditos nem foram cobrados antes de serem aprovisionados", diz Tepedino.
Na petição enviada ao juiz da 2ª
Vara de Falências, os advogados
do banco afirmam que um crédito no valor de R$ 55 milhões, referente a um contrato de "swap" firmado com a Eletropaulo não foi
cobrado e lançado como perda no
balanço.
O então interventor do banco
teria sido convencido por uma
carta dos advogados da Eletropaulo que argumentavam que o
contrato não valia mais em decorrência da intervenção, segundo os
advogados do Santos. "Será que o
dr. Vânio Aguiar [como liquidante] reconhecerá que errou e executará a dívida?", questionam os
advogados.
Segundo Tepedino, o papel do
administrador da falência é conseguir obter o máximo de recursos da massa falida para pagar os
credores. "Mas, se fizer isso,
Aguiar vai provar que errou ao
desqualificar os ativos do banco",
diz. Procurado, Aguiar não quis
se manifestar.
(SANDRA BALBI)
Texto Anterior: Energia: Nordeste pode ter racionamento de luz em 2009 Próximo Texto: Consumo: Intenção de compra do brasileiro para último trimestre do ano recua Índice
|