|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem fundos, mercado vai espelhar mais dados de produção e consumo de grãos
DA REDAÇÃO
O lado bom da crise financeira é que ela deve retirar alguns
dos fatores "irreais" de elevação de preços, o que dava "uma
gordura" às commodities. Entre esses fatores, estavam dólar
fraco e presença dos fundos no
mercado, que engordavam os
preços das commodities.
A crise obrigou os fundos a
deixar o mercado de commodities para cobrir contas em outros setores. Além disso, o dólar
vem interrompendo longa trajetória de queda, o que torna as
commodities mais caras.
Se essa tendência se confirmar -saída dos fundos e recuperação externa do dólar-, os
preços das commodities vão caminhar para os chamados "fundamentos de mercado (safra,
demanda e estoques)". "Tudo
que ajudava a dar gordura extra
aos preços não estará mais no
mercado", diz André Pessoa, da
Agroconsult.
Mesmo após essa depuração,
os preços das commodities vão
continuar em bom patamar.
"Quando tudo acalmar, vamos
olhar para os fundamentos e os
preços da soja e do milho vão ficar firmes", diz Pessoa. Ele prevê soja em US$ 13 por bushel
(27,2 quilos) no próximo ano.
Preços e câmbio mais favorável podem dar uma condição
mais positiva para os produtores. "Positiva, mas com risco",
devido à falta de crédito, diz ele.
Leonardo Sologuren acredita
que os fundamentos de mercado voltam a regular o mercado a
partir do próximo ano, mas "até
lá o produtor precisa plantar".
Sem crédito, o plantio deve ser
com uso menor de insumos, o
que resultará em produtividade menor. "Não sei se vamos ter
safra recorde", diz.
As commodities vão continuar com bons patamares de
preços em 2009, mas isso não
será suficiente para elevar os
preços das terras no Brasil.
"Quem tem terra terá capital
escasso. Se o crédito ficar ainda
mais dramático, deve forçar a
venda desse bem", diz Pessoa,
que não crê em alta de preços.
Texto Anterior: Agrofolha Após turbulência, agricultura refaz contas Próximo Texto: Frases Índice
|