São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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Indústrias retomam uso da capacidade de produção, diz BNDES

Luciano Coutinho, presidente do banco estatal, diz que agora empresas investirão em novos projetos

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse ontem que, neste terceiro trimestre, o setor industrial já está próximo de recuperar o nível de utilização da capacidade instalada verificado antes da crise, fato que levará à retomada dos investimentos em novos projetos.
Sem citar números nem pedidos de financiamento que deram entrada no banco estatal, o executivo afirmou que a recuperação da economia que está em curso "induz as empresas a investir".
"Neste trimestre, já estaremos provavelmente próximos de recompor o nível de utilização de capacidade produtiva que começa a induzir decisões generalizadas de investimento. Nesse sentido, a perspectiva de retomada do investimento produtivo nos permite pensar na recuperação sustentável da economia", afirmou Coutinho, na abertura do seminário "A Hora e a Vez da Política de Desenvolvimento Produtivo", realizado no Rio de Janeiro.
Pelos últimos dados disponíveis, a utilização da capacidade industrial cresceu, mas ainda está distante dos níveis pré-crise. Ficou em 80,5% em julho, acima dos 79,7% de junho, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria). O percentual é menor, porém, do que os 83,8% de julho de 2008, quando a economia estava em ritmo acelerado.
Coutinho ressaltou, porém, que para o país manter um crescimento vigoroso e sem inflação precisa sustentar uma taxa de investimento em torno de 20% do PIB -patamar próximo ao alcançado antes da crise. No segundo trimestre, a taxa ficou em 15,7%.
Apesar do otimismo do executivo, o representante da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) no Brasil, Renato Balman, disse que é importante exportar e um dos entraves para deslanchar as exportações é a falta de uma política industrial coordenada em toda a América Latina.
Para Josué Gomes da Silva, presidente da indústria têxtil Coteminas, a valorização do real agrava ainda mais essa desvantagem brasileira especialmente porque o Brasil compete com países da Ásia que controlam o câmbio e o fluxo de capitais (China, Índia e outros).


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