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EUA apóiam Brasil para G7, afirma Mantega
Charles Dharapak/Associated Press
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O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson (à esq.), e o ministro Guido Mantega (Fazenda)
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O secretário do Tesouro dos
Estados Unidos apóia a entrada
do Brasil no chamado G7, o grupo dos sete países mais ricos do
mundo. Foi o que disse o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, que se encontrou
com o americano Henry Paulson na manhã de ontem, em
Washington.
Indagado se havia conseguido o apoio do americano para o
pleito brasileiro, Mantega respondeu: "Exatamente. O secretário Paulson se mostrou muito
receptivo à proposta que nós
estamos defendendo de ampliar o G7 para um "G" que possa
abrigar os países emergentes
que estão tendo uma responsabilidade, um peso econômico,
um papel político muito maior
no cenário internacional."
Para o ministro, "não tem
sentido você fazer uma reunião
à parte, de sete países, e convidar para o cafezinho ou para o
aperitivo os demais países que
hoje possuem nas suas mãos a
responsabilidade por uma taxa
mais robusta de crescimento
da economia mundial".
Se confirmado -o governo
norte-americano não se manifestou oficialmente-, terá sido
o segundo apoio de peso em
menos de 24 horas. Anteontem, William Rhodes, presidente do Citibank, havia defendido proposta semelhante, ao
pedir a inclusão do Brasil e dos
outros Brics (Rússia, Índia e
China). Agora, Mantega promete falar com outros países do
grupo, formado por Alemanha,
Canadá, França, EUA, Itália,
Japão e Reino Unido.
"Talvez a Alemanha tenha alguma resistência, eu não sei
qual é a posição da Itália, mas
pretendo verificar", calculava
ontem. "Então, temos França
[o presidente Nicolas Sarkozy
declarou apoio ao presidente
Lula na última assembléia da
ONU], EUA, Rússia, então
acredito que nunca as condições foram tão favoráveis para
o nosso ingresso no G7."
Indagado se o Brasil tem um
prazo auto-imposto para alcançar o objetivo, Mantega disse
que pretende aproveitar a reunião do G20 em novembro, na
África do Sul, quando receberá
o comando do grupo dos países
de economia emergente.
Fundo soberano
Ontem, tanto Mantega como
o presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, aproveitaram novos encontros com a imprensa para tentar desfazer a
diferença de expectativa que
cada um teria em relação ao novo fundo soberano que o Brasil
criará com o excedente de reservas internacionais.
"Não há absolutamente nenhum descompasso." A afirmação é semelhante à que Henrique Meirelles havia dado pela manhã, quando chegou a elogiar a campanha que Mantega
vem fazendo pela criação do
fundo. "O ministro está dando
algumas informações importantes para a orientação dos
mercados", disse o presidente
do BC. "O que ele está fazendo é
importante para os mercados
avaliarem do que se trata."
Fundos soberanos são recursos pertencentes a governos de
países que são aplicados em diferentes ativos, normalmente
com risco e rendimento maiores que os que recebem reservas internacionais. Entre os investimentos, estão ações, títulos emitidos por empresas, bônus soberanos de longo prazo,
imóveis e investimento estrangeiro direto.
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