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EM DÍVIDA
Estados atrasam repasses de crédito consignado a bancos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Três Estados têm pagamentos em atraso com bancos que oferecem crédito
consignado aos servidores
estaduais. Alagoas, Piauí e
Rio de Janeiro descontaram
o dinheiro dos funcionários,
mas não repassam às instituições. Juntos, os três devem quase R$ 100 milhões.
Na expectativa de receber
o dinheiro, bancos dizem que
podem elevar juros ou reduzir a oferta de crédito para fazer frente à situação.
O vice-presidente da
ABBC (Associação Brasileira
dos Bancos), Renato Oliva,
diz que o Estado com a situação mais delicada é Alagoas,
que deve cerca de R$ 40 milhões. O dinheiro foi descontado do servidor, mas estacionou nos cofres públicos e
não quitou os empréstimos.
"Foram dez meses sem pagamento", diz. Oliva afirma
que Alagoas teria retomado
os repasses do mês corrente,
mas a dívida acumulada não
foi paga ou renegociada. A
Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas foi procurada, mas não atendeu aos pedidos da reportagem.
No Rio, o repasse mensal
de R$ 40 milhões aos bancos
tem atraso médio de 45 dias.
O quadro não preocupa o secretário estadual da Fazenda, Joaquim Levy. "A situação é tranqüila. Estamos
mantendo bom relacionamento com os bancos e há
um fluxo de pagamentos."
No Piauí, a dívida de R$ 12
milhões foi parcelada em 12
vezes. Segundo o governo do
Estado, seis parcelas já foram pagas e os demais repasses estariam em dia.
Apesar das negociações
entre os bancos e os Estados
devedores, o vice-presidente
da ABBC diz que situações
com essa podem gerar reação nas instituições. "O aumento de custos tende a ser
repassado às taxas de juros",
diz Oliva, ao citar a elevação
da despesa gerada pela falta
de pagamento dos Estados.
Outra possibilidade, diz, é
que instituições financeiras
deixem de emprestar para os
maus pagadores.
A reportagem não conseguiu localizar ontem o ex-governador de Alagoas Luiz
Abílio (PDT), que assumiu o
governo de abril a dezembro
de 2006. A assessoria do governador Teôtonio Vilela Filho (PSDB) disse que o governo reconhece a dívida do Estado, mas só quem poderia
dar detalhes era o secretário
de Gestão Pública. Até a conclusão desta edição, ele não
respondeu aos telefonemas.
Colaborou a Agência Folha
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