São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

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EM DÍVIDA

Estados atrasam repasses de crédito consignado a bancos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Três Estados têm pagamentos em atraso com bancos que oferecem crédito consignado aos servidores estaduais. Alagoas, Piauí e Rio de Janeiro descontaram o dinheiro dos funcionários, mas não repassam às instituições. Juntos, os três devem quase R$ 100 milhões.
Na expectativa de receber o dinheiro, bancos dizem que podem elevar juros ou reduzir a oferta de crédito para fazer frente à situação.
O vice-presidente da ABBC (Associação Brasileira dos Bancos), Renato Oliva, diz que o Estado com a situação mais delicada é Alagoas, que deve cerca de R$ 40 milhões. O dinheiro foi descontado do servidor, mas estacionou nos cofres públicos e não quitou os empréstimos.
"Foram dez meses sem pagamento", diz. Oliva afirma que Alagoas teria retomado os repasses do mês corrente, mas a dívida acumulada não foi paga ou renegociada. A Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas foi procurada, mas não atendeu aos pedidos da reportagem.
No Rio, o repasse mensal de R$ 40 milhões aos bancos tem atraso médio de 45 dias. O quadro não preocupa o secretário estadual da Fazenda, Joaquim Levy. "A situação é tranqüila. Estamos mantendo bom relacionamento com os bancos e há um fluxo de pagamentos."
No Piauí, a dívida de R$ 12 milhões foi parcelada em 12 vezes. Segundo o governo do Estado, seis parcelas já foram pagas e os demais repasses estariam em dia.
Apesar das negociações entre os bancos e os Estados devedores, o vice-presidente da ABBC diz que situações com essa podem gerar reação nas instituições. "O aumento de custos tende a ser repassado às taxas de juros", diz Oliva, ao citar a elevação da despesa gerada pela falta de pagamento dos Estados. Outra possibilidade, diz, é que instituições financeiras deixem de emprestar para os maus pagadores.
A reportagem não conseguiu localizar ontem o ex-governador de Alagoas Luiz Abílio (PDT), que assumiu o governo de abril a dezembro de 2006. A assessoria do governador Teôtonio Vilela Filho (PSDB) disse que o governo reconhece a dívida do Estado, mas só quem poderia dar detalhes era o secretário de Gestão Pública. Até a conclusão desta edição, ele não respondeu aos telefonemas.


Colaborou a Agência Folha


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