São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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Governo federal tira papéis do mercado, mas dívida cresce

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A volatilidade do mercado dificultou a rolagem da dívida pública federal em setembro, levando o governo a retirar R$ 14 bilhões em papéis de circulação. Apesar do resgate líquido, a dívida cresceu 1,18% mês passado por conta do impacto dos juros e da desvalorização do real frente a outras moedas. O estoque nas mãos dos investidores chegou a R$ 1,335 trilhão.
No caso da dívida externa, o aumento do endividamento chegou a 14,58% em relação a agosto. Assim, a dívida federal externa subiu para R$ 110,4 bilhões. A forte valorização do dólar frente ao real em setembro -17,13%- foi o maior motivo. "Esse impacto poderia ser bem maior se não tivéssemos reduzidos a participação da dívida atrelada ao câmbio no estoque", ponderou o coordenador-geral de operações da dívida pública, Guilherme Pedras.
Ele disse que o clima de incerteza no mercado fez com que o Tesouro Nacional, mais uma vez, optasse por emitir um número reduzido de papéis para não adicionar mais volatilidade às operações. O conservadorismo frustrou os planos do Tesouro de ofertar o valor máximo de R$ 25 bilhões em títulos públicos da dívida interna.
Em vez disso, foram resgatados liquidamente R$ 12 bilhões em papéis da dívida interna. De acordo com o cronograma do Tesouro, os vencimentos previstos para setembro totalizaram R$ 21,5 bilhões.
Pedras afirmou que, apesar do resgate líquido ocorrido em setembro, o chamado colchão de liquidez do governo continua garantido pelo superávit primário e pelos R$ 50 bilhões de superávit financeiro obtido pelo Tesouro no fim de 2007. Colchão de liquidez é a reserva para a rolagem da dívida, que o Tesouro usa para honrar compromissos com investidores.
Como não houve vencimento de papéis prefixados em setembro e com o resgate líquido no mês (afetando principalmente títulos indexados pela Selic), aumentou a parcela de títulos prefixados no total da dívida pública. De 31,45%, em agosto, para 32,42%, em setembro.
Os papéis corrigidos pela Selic tiveram a participação reduzida de 36,89% para 35,74%.


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