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Governo federal tira papéis do mercado, mas dívida cresce
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A volatilidade do mercado dificultou a rolagem da dívida pública federal em setembro, levando o governo a retirar R$ 14
bilhões em papéis de circulação. Apesar do resgate líquido,
a dívida cresceu 1,18% mês passado por conta do impacto dos
juros e da desvalorização do
real frente a outras moedas. O
estoque nas mãos dos investidores chegou a R$ 1,335 trilhão.
No caso da dívida externa, o
aumento do endividamento
chegou a 14,58% em relação a
agosto. Assim, a dívida federal
externa subiu para R$ 110,4 bilhões. A forte valorização do
dólar frente ao real em setembro -17,13%- foi o maior motivo. "Esse impacto poderia ser
bem maior se não tivéssemos
reduzidos a participação da dívida atrelada ao câmbio no estoque", ponderou o coordenador-geral de operações da dívida pública, Guilherme Pedras.
Ele disse que o clima de incerteza no mercado fez com
que o Tesouro Nacional, mais
uma vez, optasse por emitir um
número reduzido de papéis para não adicionar mais volatilidade às operações. O conservadorismo frustrou os planos do
Tesouro de ofertar o valor máximo de R$ 25 bilhões em títulos públicos da dívida interna.
Em vez disso, foram resgatados liquidamente R$ 12 bilhões
em papéis da dívida interna. De
acordo com o cronograma do
Tesouro, os vencimentos previstos para setembro totalizaram R$ 21,5 bilhões.
Pedras afirmou que, apesar
do resgate líquido ocorrido em
setembro, o chamado colchão
de liquidez do governo continua garantido pelo superávit
primário e pelos R$ 50 bilhões
de superávit financeiro obtido
pelo Tesouro no fim de 2007.
Colchão de liquidez é a reserva
para a rolagem da dívida, que o
Tesouro usa para honrar compromissos com investidores.
Como não houve vencimento
de papéis prefixados em setembro e com o resgate líquido no
mês (afetando principalmente
títulos indexados pela Selic),
aumentou a parcela de títulos
prefixados no total da dívida
pública. De 31,45%, em agosto,
para 32,42%, em setembro.
Os papéis corrigidos pela Selic tiveram a participação reduzida de 36,89% para 35,74%.
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