São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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Após 15 dias, maioria dos bancários encerra greve

Trabalhadores da Caixa, porém, rejeitam proposta

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Após 15 dias de greve, os bancários do setor privado, da Nossa Caixa e do Banco do Brasil decidiram ontem encerrar a paralisação e aceitar a nova proposta de reajuste negociada com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que prevê correção de 10% para salários de até R$ 2.500 e 8,5% para valores acima dessa faixa. Os funcionários da Caixa Econômica Federal rejeitaram a proposta e deverão manter a paralisação.
Segundo a Contraf-CUT, confederação que representa a categoria, a decisão foi aprovada em assembléias em São Paulo e outros 18 Estados do país. Em algumas cidades as assembléias deverão ocorrer hoje.
Com o reajuste de 10% aprovado ontem, os bancários receberão aumento real de 2,66%. No reajuste de 8,5%, que vale para todos os demais benefícios e salários acima de R$ 2.500, o ganho real é de 1%. A proposta anterior dos bancos previa reajuste de 7,5% para todos os salários. De acordo com os sindicalistas, 70% dos 434 mil bancários do país recebem até R$ 2.500 e se beneficiarão do aumento real de 2,66%. Em São Paulo, metade dos 120 mil bancários ganha até essa faixa.
Resultado de uma negociação de sete horas e meia realizada anteontem entre representantes dos bancos e dos trabalhadores, a proposta prevê ainda PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) de 90% do salário mais R$ 966 fixos -com teto limitado ao valor de R$ 6.301. A proposta anterior previa 80% do salário.
Além disso, será paga parcela adicional de 8% da variação do lucro líquido de 2007 para 2008, dividido pelo número de empregados de cada banco -com limite de até R$ 1.980 por empregado.
"É o maior aumento real que pagamos desde 1995, ano em que foi concedido ganho 3,2%. Metade da categoria recebe salário de até R$ 2.500 e será beneficiada pelo reajuste de 10%. Sem dizer que houve avanço também na distribuição de lucros", afirmou Magnus Apostólico, coordenador de relações trabalhistas dos bancos.
"Graças à greve da categoria, conquistamos aumento real pelo quinto ano consecutivo e conseguimos ampliar a regra da PLR, o que garante ganhos não só neste ano, como também nos seguintes", afirmou Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Os dias de greve serão compensados até 15 de dezembro.
Os bancários da Caixa decidiram manter a greve por tempo indeterminado porque reivindicam, como no ano passado, uma PLR diferenciada.


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