Com custo alto para produzir e com a competição com produtos importados acirrada pela desvalorização do dólar, as indústrias têxteis trabalham hoje com 35% de ociosidade, segundo o Sindivestuário, entidade que reúne três sindicatos empresariais em São Paulo -Sindiroupas, Sindivest e Sindicamisas- e 9.000 associados.
Dificuldades do setor têm levado ao desmembramento de grandes empresas nos últimos dois anos, segundo o sindicato.
Para se enquadrar no Simples Nacional, regime tributário simplificado para pequenas empresas, indústrias dividiram-se em unidades fabris menores e transferiram parte da produção ao exterior, segundo Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário.
A iniciativa é uma reação à carga tributária que incide sobre o setor. O imposto médio sobre uma peça de vestuário chega a 42% do seu valor, segundo Masijah.
"Enquanto em todos os segmentos há uma tendência de formação de grandes conglomerados, na indústria têxtil vemos o efeito contrário", afirma.
No esforço para reduzir o gasto com impostos, empresas têxteis paulistas têm migrado para Estados que oferecem menores taxas de ICMS, segundo Masijah. Em São Paulo, a alíquota para o setor é de 12%.
Nesse contexto de ociosidade das fábricas e de aumento das importações, o pleito das grandes redes de varejo para reduzir a alíquota de importação de roupas desagrada ao sindicato. "Se a importação for facilitada, será um desastre para o setor. Esse pedido só pode ser uma brincadeira de mau gosto", diz.

MINA DE AGNELLI
Roger Agnelli, presidente da Vale,vai passar um tempo em viagens fora do Brasil. Agnelli desembarca primeiro em Moçambique, onde visitará a mina de carvão que está sendo implantada em Moatize. Com investimentos de US$ 1 bilhão, a mina servirá para abastecer de carvão metalúrgico as siderúrgicas brasileiras. Agnelli terá um encontro com o presidente daquele país africano, Armando Guebuza, para tratar de questões relativas ao empreendimento. Depois da África, o presidente da Vale irá à China, entre outros países na Ásia.

TRANSPARÊNCIA
O prêmio da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas) de melhor relatório anual é do Bradesco, seguido do Banco do Brasil. Em um segundo grupo de companhias abertas, a vencedora foi a Santos Brasil Participações. Na categoria de empresas com faturamento inferior a R$ 1 bilhão, a campeã foi a American Banknote, com Bematech em segundo. Entre fechadas, o melhor relatório foi da Camargo Corrêa. Entre os destaques dos vencedores deste ano, o aumento da transparência dos números em relação ao exercício que passou.

LEITURA
Será lançado em novembro o livro "O Terremoto Financeiro - A Primeira Crise Global do Século XXI" (editora Elsevier Campus, 192 págs.), produzido por Norman Gall, diretor-executivo do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial. Com prefácio de Armínio Fraga, a obra traça uma perspectiva histórica sobre a crise econômica mundial, a partir da grande depressão dos anos 1930.

NOVO FISCAL
O trabalho de fiscalização de analistas do mercado de capitais passará a ser realizado pela Apimec Nacional (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) a partir de 2010. Hoje, a entidade certifica os profissionais, mas a atuação deles é supervisionada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Entre as novas atribuições da Apimec estão avaliar se há conflito de interesse nas recomendações dos analistas e se há disseminação de informações privilegiadas, afirma Lucy Sousa, presidente da Apimec Nacional.

NA ESCOLA
A Prefeitura de São Paulo e o Posead, programa de pós-graduação à distância vinculado à Universidade Gama Filho, assinaram convênio que ofertará aos servidores da prefeitura e seus dependentes descontos em cursos de pós-graduação, extensão e aperfeiçoamento do Posead. Cerca de 180 mil servidores serão beneficiados.

CORRETAGEM
A Icap Brasil, filial da inglesa Icap, uma das maiores corretoras de valores do mundo, anuncia entrada no mercado de corretagem de açúcar, etanol e derivados de cana de açúcar, e outras soft commodities, como café, soja, boi gordo e outras. A meta é, em dois anos, estar entre as três maiores corretoras desse mercado.

CCJ aprova abertura de vagas na CVM

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou ontem projeto de lei que cria 165 vagas na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Como o texto foi aprovado em caráter conclusivo, ele deve seguir em cinco dias para o Senado. O projeto passou por outras duas comissões antes de chegar à CCJ, onde foi aprovado por unanimidade.
Hoje a CVM possui 452 servidores, responsáveis por fiscalizar 32.233 empresas, entidades e pessoas com atividades relacionadas ao mercado de capitais.
O número de supervisionados por servidor no Brasil chega a 71,3. Nos Estados Unidos, a SEC, órgão equivalente à CVM, possui uma equipe de 4.100 pessoas para supervisionar 51.854 entidades, uma média de 12,6 supervisionados por servidor.

DE PAPEL 1
As vendas de papelão ondulado, setor que foi bastante afetado pela crise, já apontam retomada, com um crescimento de 5% em setembro, ante igual período de 2008, segundo a ABPO (Associação Brasileira do Papelão Ondulado).

DE PAPEL 2
O setor de embalagens registra o mesmo movimento de vendas, segundo Paulo Peres, presidente da ABPO e da Abre (Associação Brasileira de Embalagem). As duas entidades participarão na próxima semana, em SP, do 42º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, realizado pela ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel). O evento vai abordar o impacto da crise no setor.

VIZINHANÇA
Na rodada de negócios entre Brasil e Colômbia promovida pela Fiesp e pela Proexport Colombia nesta semana foram realizadas 500 reuniões de negócios, que podem resultar em mais de US$ 30 milhões em novos negócios entre os dois países. Pelo lado colombiano, participaram 86 empresas exportadoras. Do Brasil foram 131 empresas.

PORTA ABERTA
O Estado de Minas Gerais registrou 45.908 novas empresas entre janeiro e setembro deste ano, 14% mais do que no mesmo período de 2008, segundo levantamento da Jucemg (junta comercial mineira). Serviços de alimentação e comércio varejista foram os setores com maior abertura de companhias.

ARBITRAGEM
O centro de arbitragem da CCBC (Câmara de Comércio Brasil-Canadá) quer tornar São Paulo a sede internacional na área e fechou convênios com entidades de Portugal, Chile e Itália. O valor total dos processos arbitrados pela entidade soma quase R$ 6 bilhões.

EM DEBATE
Mario Torós (Banco Central), João Carlos Ferraz (BNDES), José Luiz Alquéres (Light), e Sérgio Besserman Vianna (Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura do Rio de Janeiro), participarão, no dia 27, no Rio, do 1º fórum da Alumni Coppead (Associação de Ex-Alunos do Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Administração da UFRJ). O Brasil no cenário da crise é o tema do evento.