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Nova proposta para o pré-sal beneficia Estados produtores
Relatório do deputado Henrique Alves reduz repasses aos municípios e à União em até 37,5%
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os Estados produtores de petróleo são os principais beneficiados com as mudanças na
partilha dos royalties do pré-sal
propostas pelo deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), relator do projeto que trata do novo marco regulatório
na Câmara.
Para incluir não produtores
de petróleo na lista de beneficiados, a planilha de redistribuição sugerida por Alves prevê a redução em até 37,5% dos
repasses à União e de 33,3% aos
municípios
Pelo texto, os Estados produtores são os únicos que continuam recebendo o mesmo percentual da partilha atual. Como
o deputado prevê aumento de
10% para 15% do valor máximo
pago pelos concessionários sobre a produção mensal dos
campos de petróleo, Estados
como Rio de Janeiro, Espírito
Santo e São Paulo ganhariam
mais no final.
"É melhor o Estado receber
mais do que jogar muito dinheiro num município só. Os
governadores podem redistribuir melhor os recursos", afirmou Henrique Eduardo Alves.
Segundo ele, "só falta agora
convencer a área econômica do
governo" a aceitar a proposta.
O deputado afirma que conta
com "a simpatia da ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil)"
para federalizar a partilha dos
royalties, cortando parte significativa dos repasses à União,
municípios produtores e municípios afetados por operações
de embarque e desembarque.
Os números ainda podem
mudar até terça-feira, data
marcada para a entrega do relatório, uma vez que nem mesmo
os Estados produtores estão satisfeitos com as sugestões apresentadas.
Deputados fluminenses
acham pouco a alíquota máxima de 15% para os concessionários e defendem 17%. Os representantes do Espírito Santo,
por sua vez, querem mais recursos para as cidades afetadas
pela produção, que também
perdem com as mudanças.
Na esfera federal, o Ministério da Ciência e Tecnologia será
o principal afetado caso a proposta seja aprovada. A pasta fica hoje com 25% dos recursos
arrecadados com royalties. O
projeto reduz a 7,5% o montante para o ministério.
"Projetos na área de ciência e
tecnologia já serão beneficiados pelo fundo criado para aplicar recursos do pré-sal", afirmou o relator, que também
propõe reduzir à metade o repasse de royalties para o Comando da Marinha.
O relatório também acaba
com a participação especial e
prevê que os recursos arrecadados com o bônus assinatura sejam divididos entre Estados
produtores (10%) e União
(90%).
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