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"Horizonte é de fato sombrio", afirma ministro Stephanes
Para ele, o momento é mesmo difícil no campo e todos vão pagar pela crise, ainda que o governo amenize seus efeitos
O ministro lembra que
há "limites" para as ações do governo e que não é possível a prorrogação generalizada das dívidas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RONDONÓPOLIS
O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) diz que o governo federal já vem adotando
políticas diferenciadas para
amenizar os efeitos da crise no
campo. Mas lembra que "há limites" para as ações do governo
e que "todos terão de pagar o
preço da crise".
"O que os produtores de Mato Grosso querem é uma prorrogação generalizada das dívidas, o que não é possível fazer.
O horizonte é de fato sombrio e
o que o governo faz, neste momento, é administrar a crise e
amenizar seus efeitos."
Segundo o ministro, o governo vai adotar uma política de
preços mínimos para proteger
o setor, mas afirma que isso
tampouco resolverá o "problema da renda".
"A renda do produtor é uma
questão que se estende há décadas e não vai ser resolvida agora. Isso não é novidade alguma.
Agora, o preço mínimo vai vigorar e estaremos ao lado dos produtores para sustentar eventuais diferenças."
O mesmo cenário não vale
para o caso do algodão. De acordo com o ministro, a demanda
pela pluma deverá cair de forma acentuada. "Algodão é diferente de comida. É até desejável que haja redução no plantio,
pois, do contrário, não haverá
preço mínimo que resolva."
Stephanes avalia que a crise é
mais aguda em Mato Grosso
devido ao modelo de desenvolvimento adotado: médias e
grandes propriedades, financiadas por tradings e comercializando safras por antecipação.
"Com o crédito mais difícil, o
sistema parou de funcionar."
Se de fato o refinanciamento
não funcionar, diz o ministro, e
os produtores se virem novamente incapacitados de honrar
os compromissos, será o momento de "sentar e rediscutir
uma nova redistribuição da dívida. Por ora, o fato é que, tirando Mato Grosso, 90% do Brasil
pagou o que devia".
(RV)
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