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VAREJO
Compras realizadas ontem não devem alterar as previsões dos lojistas
Pessimismo cai um pouco nas vendas do domingo pré-Natal
Almeida Rocha/ Folha Imagem
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Consumidores no shopping Interlagos; vendas de ontem não devem alterar previsões dos lojistas |
ADRIANA MATTOS
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi o bastante para as lojas ganharem algum fôlego, mas só. As
vendas no último final de semana
antes do Natal em nada alteraram
as previsões de resultado do varejo no período.
Produtos como brinquedos
chegaram até mesmo a ser entregues pelos fabricantes às lojas na
madrugada de sábado (dia 21),
mas o que ainda há é um discreto
otimismo entre os comerciantes.
A Arapuã, por exemplo, informou ontem que espera expansão
real de 2% a 3% na receita neste
Natal, mesma taxa prevista no início da semana. "É bom não se enganar: movimento nas lojas nem
sempre se traduz em vendas", disse Marcelo Miranda, diretor da
área de crédito da rede, com 90 lojas no Brasil.
"A impressão que temos é que,
desde 1998, todos os Natais são
iguais. O consumidor deixa para a
última hora, a loja fica cheia, vendem-se itens baratos e a receita
real cresce pouco."
Pelas principais ruas do comércio de São Paulo, foi constatado
elevado movimento, principalmente no sábado, como é natural
nesta época do ano.
O movimento foi até mesmo superior ao apurado em igual período de 2001, segundo os supermercados ouvidos pela Folha. Porém,
a questão é saber se isso irá resultar em aumento real de receita
(após descontada a inflação).
Hoje pode ser bom dia
A Fecomércio (Federação do
Comércio do Estado de São Paulo) leva esse aspecto em consideração. Por isso, ainda crê na alta
de 3,5% nas vendas reais neste
Natal em relação ao de 2001, um
ano fraco, com queda de 10%. No
Estado de São Paulo, a primeira
semana do mês registrou aumento de 6,4% nas vendas; na segunda
semana, de 5,2%.
Segundo o Magazine Luiza, o
volume de vendas registrado ontem deve ser inferior ao de sábado. Os números fechados serão
divulgados pelas entidades do setor somente na quinta-feira.
"Sábado foi muito bom. E a segunda-feira (hoje) deve ter um
dos melhores resultados da semana, que pode dar alguma folga para nós. Hoje (ontem) foi mais fraco", diz Sheyla Borges, gerente de
loja do Magazine Luiza.
De acordo com a direção da Estrela, maior fabricante de brinquedos do país, a empresa vendeu
5% acima do verificado no Natal
de 2001, mas isso não quer dizer
que o faturamento irá disparar.
"O que se vendeu foram produtos com preço médio (gasto por
compra) de R$ 30. Mudamos um
pouco o foco de produtos da empresa, concentrando-o mais em
itens populares", afirmou Carlos
Tilkiam, presidente da empresa.
Não sobrou nem faltou
A Abrinq (Associação Brasileira
da Indústria de Brinquedos) recebeu relatórios de movimento nas
lojas -fornecido por "espiões",
funcionários contratados para
passar informações sobre como
está o dia-a-dia nas lojas.
"Não sobrou produto, mas também não chegou a faltar. Isso quer
dizer que não houve uma corrida
desesperada às lojas, mas ocorreram as já naturais compras de última hora", explicou Synésio da
Costa, presidente da entidade.
Ele estima expansão de 15% nas
vendas do setor neste Natal. Essa
alta foi obtida, em parte, graças ao
movimento de entregas de última
hora. "Entregamos produtos até
na madrugada de sábado. Eram
itens que o varejo resolveu pedir
em cima da hora e a indústria tinha em estoque", afirmou Costa.
O preço médio da indústria de
brinquedos subiu um pouco -de
R$ 58 em 2001 para R$ 65 em
2002, mas parte do ganho -expansão de 12%- será comido pela inflação, que disparou no final
do ano. No acumulado do ano até
a segunda prévia (preços coletados entre os dias 21 de novembro
e 10 de dezembro), o IGP-M registra taxa de 24,72%.
Apesar de ainda não ter finalizado o balanço do último fim de semana, a rede Plaza (shoppings
Paulista, West Plaza e Plaza Sul)
estima encerrar o período de Natal com crescimento de 13% nas
vendas em relação ao ano passado
-antes, a previsão era de aumento máximo de 10%.
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