|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
Inflação dará trégua em 2006
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central cumprirá seu
objetivo. Manteve a inflação dentro do intervalo estipulado pelo
governo, ainda que à custa de redução do crescimento.
Não faltarão críticas ao desempenho do BC. Afinal, não há como
negar que a economia encolheu
no terceiro trimestre, em grande
parte por conta da elevação dos
juros promovida para tentar levar
a inflação para perto da meta de
5,1%. A política monetária tem
sempre custos. Se ela é muito
frouxa, o custo é mais inflação. Se
apertada demais, gera retração.
A sintonia fina entre os dois aspectos não é fácil. Os defensores
do BC dirão que é difícil acertar
no alvo e saber, a priori, qual será
a reação exata da economia às alterações dos juros. Em 2004, a inflação foi de 7,6%; neste ano, deve
ficar em torno de 6%. Em 2006, a
meta é 4,5%. Novamente, o BC
precisa que a taxa registre queda
de 1,5 ponto percentual.
O fará apertando os juros? Não.
O cenário para inflação será bem
mais tranqüilo. A trajetória, agora, já é de queda. As expectativas
dos analistas de mercado giram
em torno de 4,6%. Um trunfo para o BC, pois são justamente essas
expectativas que acabam fazendo
a inflação acabar convergindo para taxa próxima à esperada.
Além disso, os preços administrados, que têm sido a pedra no
sapato da autoridade monetária
desde o início do sistema de metas
de inflação, darão folga em 2006.
Ou seja, 2006 será um ano que
carregará menos "memória inflacionária" de 2005. Se nenhuma
grande tragédia no cenário internacional exigir um aperto do BC,
é bem provável que a inflação não
seja um problema tão persistente
quanto foi em 2005 e que os juros
continuem caindo até o final do
ano, abrindo caminho para que a
economia cresça um pouco mais
rápido.
(MARCELO BILLI)
Texto Anterior: Ajuste contábil faz arrocho no ano cair no acumulado até novembro Próximo Texto: Preços: Gasolina terá maior peso no cálculo da inflação Índice
|