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GADO DOENTE
Ministério e governo paranaense divergem sobre existência ou não de foco de aftosa em fazenda do Estado
Impasse leva PR a pensar em abater gado
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O governo Paraná cogita abater
o gado confinado na fazenda Cachoeira, no norte do Estado, para
acabar o impasse com o Ministério da Agricultura sobre se há ou
não um foco de febre aftosa no rebanho paranaense.
O governo do Paraná e pecuaristas não reconhecem o foco de
aftosa no Estado. Chegaram a
ameaçar o ministro Roberto Rodrigues e o Ministério da Agricultura de processo pelo anúncio e se
recusavam, até o momento, a realizar a limpeza sanitária necessária para eliminar a possível presença do vírus na fazenda.
A hipótese de sacrificar os 2.212
animais na fazenda, que fica em
São Sebastião da Amoreira (537
km de Curitiba), foi confirmada
pelo secretário da Agricultura, vice-governador Orlando Pessuti.
"O governador Roberto Requião (PMDB) já disse que o Estado poderá adotar uma medida
prática, que pode ser o sacrifício
dos animais, se isso fizer com que
nossa agropecuária pare de sofrer
as conseqüências da confirmação
do foco", disse Pessuti.
O abate imediato passou a ser
defendido pela Faep (Federação
da Agricultura do Estado do Paraná) e pela Ocepar (Organização
das Cooperativas do Estado do
Paraná), por produtores de leite e
por sindicatos da indústria da
carne e de criadores de frango e
suíno no Estado. Esse setores vêm
tendo prejuízos com o impasse.
O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Edson Mene Ruiz,
disse que o prejuízo moral do reconhecimento da doença pelo Estado é maior que o econômico.
Ele é contra o abate.
Na próxima terça-feira, o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) vai enviar técnicos de seu
ministério ao Paraná para apresentar as razões da confirmação
da doença.
Rodrigues afirmou ontem que
não existe a possibilidade de o governo federal recuar na sua posição após confirmar foco de febre
aftosa no Paraná, como quer o governo do Estado.
"O foco já foi reconhecido e
anunciado para a OIE [Organização Mundial de Saúde Animal] e
União Européia", disse Rodrigues, que completou que a decisão foi tomada em razão de questões técnicas.
O ministro disse que a decisão
da UE de não ampliar o embargo
às carnes brasileiras é um reconhecimento de que as ações foram corretas. Rodrigues disse que
o objetivo agora é buscar mecanismos para agilizar o processo
de abertura do Estado.
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