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COMUNICAÇÕES
Associação de consumidores e empresas questionam pontos do contrato, que prevê conversão de pulsos para minutos
Sob protestos, contrato de teles é renovado
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os contratos de concessão dos
serviços de telefonia fixa foram
renovados ontem na Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), sob protestos de consumidores e das próprias empresas, que vão continuar operando
os serviços por mais 20 anos.
Os novos contratos prevêem a
conversão da medida de pulsos
por minutos, a ser concluída até
julho; serviço de detalhamento
das contas a partir de agosto; novo índice de reajuste dos serviços,
o IST (Índice de Serviços de Telecomunicações) e uma nova modalidade, o Aice (Acesso Individual Classe Especial), um telefone
pré-pago com assinatura mensal
mais barata.
Tanto consumidores como operadoras questionam detalhes dos
novos contratos. Algumas cláusulas estão sendo contestadas na
Justiça Federal pela Pro Teste, associação que coordena a Frente
Nacional dos Usuários de Telecomunicações, que possui 150 mil
associados.
A Telemar alega que ainda não
teve tempo de analisar todos os
pontos do contrato. Outras empresas têm reclamado de que a taxa bianual para manter a concessão, que deverão pagar á Anatel a
partir de 2007, será cobrada sobre
o faturamento bruto, quando preferem que seja cobrada sobre o faturamento líquido.
"Houve modificações no contrato que não tivemos tempo de
analisar, para saber se elas permitem nosso equilíbrio financeiro",
disse Ronaldo Labrudi, presidente da Telemar.
A Telefônica informou que protocolou na Anatel manifestação
sobre a divergência com as alterações no contrato.
Outro ponto que preocupa as
empresas é o custo do telefone fixo pré-pago que terá que ser oferecido a partir do próximo ano.
As empresas que renovaram os
contratos foram a Embratel, a Telefônica, a Telemar, a Brasil Telecom e Sercomtel. Os contratos serão revistos a cada cinco anos.
Disputa judicial
Embora os contratos tenham sido assinados ontem, as novas regras ainda estão sendo questionadas na Justiça. A Pro Teste conseguiu uma liminar da Justiça no
dia 12 que suspendeu a assinatura
dos contratos por 90 dias.
A cerimônia de assinatura foi
feita ontem porque na quarta à
noite a Anatel derrubou a liminar.
A Pro Teste alega, porém, que essa liminar foi suspensa, mas que
haveria outra na qual o prazo de
suspensão seria de 30 dias.
"Os antigos contratos vencem
no último dia do ano. A não-renovação geraria problemas administrativos e não podemos deixar
as empresas operarem clandestinamente, sem contrato", disse o
presidente substituto da Anatel,
Plínio Aguiar.
"Vamos entrar com recursos
contra a derrubada da primeira liminar e alegar que a segunda liminar não foi derrubada e utilizar
todos os recursos jurídicos possíveis para ter nosso pleitos atendidos", disse a advogada da Pro
Teste, Flávia Lefreve Guimarães.
Detalhamento
A Pro Teste quer suprimir dos
contratos a cláusula que permite
que as empresas possam, no reajuste anual, aumentar alguns serviços acima do IST.
Quer ainda que o detalhamento
das contas telefônicas comece em
janeiro, e não em agosto, e que a
oferta de serviços mais econômicos, como telefones que só recebem chamadas ou assinatura
mais baratas, seja obrigatória e
não facultativo.
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