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Negociadores querem Doha até janeiro
DE GENEBRA
Pode até ser uma cortina
de fumaça para ocultar o
pouco avanço obtido nas negociações da Rodada Doha
em 2007. Mas os últimos
dias do ano foram de intensa
movimentação diplomática
em Genebra para preparar o
terreno do que virá em 2008,
quando a OMC espera romper o impasse atual rumo à
conclusão da Rodada, com
mais de três anos de atraso.
Além do alto nível de atividade na OMC, confirmado
pelo diretor-geral da organização, Pascal Lamy, a Folha
apurou que vários encontros
secretos foram realizados
nos últimos dias entre diplomatas dos países com atuação mais decisiva nas negociações -Brasil, Índia, EUA
e União Européia-, que em
junho, quando ainda formavam o chamado G4, protagonizaram rotundo fracasso
nas negociações de Potsdam
(Alemanha), que terminou
em intenso tiroteio verbal.
Depois de um ano de expectativas frustradas em torno de uma conclusão bem-sucedida do mais ambicioso
projeto de abertura comercial, o novo prazo com que os
negociadores trabalham
agora é o fim de janeiro.
O impasse atual nas negociações, iniciadas em 2001
com o objetivo de aumentar
o acesso aos mercados, está
concentrado sobretudo na
relutância das nações em desenvolvimento, lideradas
por Brasil e Índia, em baixar
suas tarifas industriais antes
de ter garantias de que os
países desenvolvidos reduzirão de forma significativa
seus subsídios agrícolas.
Para um negociador indiano ouvido pela Folha, há indícios preocupantes de que
UE e EUA estejam unindo
posições para culpar os países em desenvolvimento por
um novo impasse no começo
do ano. Se as novas propostas, principalmente a agrícola, não oferecerem concessões substanciais, diz o diplomata indiano, o tiroteio
de Potsdam poderá se repetir, com uma diferença: os ferimentos na confiança entre
os países serão bem mais
graves.
(MN)
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