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Venda de imóveis novos cai 75% em outubro em SP
No mês, foram vendidas 946 unidades residenciais na capital, ante 3.854 em outubro de 2007; com a crise, setor já tem dois meses de queda
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Atingido pela crise financeira
global, o mercado imobiliário
sofreu em outubro sua segunda
queda consecutiva.
No mês, foram vendidos 946
imóveis residenciais novos em
São Paulo, contra 3.854 em outubro de 2007 -um decréscimo de 75,45%-, de acordo com
informações do Secovi-SP (sindicato da habitação).
Em setembro, o setor já havia
sentido um declínio de 46,8%
na mesma comparação, em sua
primeira retração desde fevereiro do ano passado. Nos dois
meses, a queda acumulada já
chega a 60%.
Segundo o Secovi-SP, houve
"parada técnica" em outubro,
por conta das "incertezas"
quanto ao desenrolar das turbulências globais. O segmento
de imóveis de três e quatro dormitórios foi o que mais sentiu o
impacto da crise.
"Nós nos surpreendemos
muito. Mas é preciso ponderar
que outubro concentrou a
maior parte das más notícias e
levou a uma desconfiança
maior por parte dos compradores", analisa Celso Petrucci,
economista-chefe do Secovi-SP. De acordo com ele, dados
preliminares indicam retomada de ritmo no mercado em novembro e dezembro.
Para o sócio-diretor da RC
Consultores, Fábio Silveira, porém, o resultado de outubro
mostra que "a crise já está instalada" e que tende a piorar,
mesmo com as medidas do governo para conferir maior liquidez à economia.
"Essa é uma crise que tende a
engolir todos os setores. E uma
das certezas que nós temos é
que as medidas anticíclicas
adotadas pelo governo, tanto
do Brasil como de outros países, vão demorar para surtir
efeito", afirma Silveira.
Entre as ações anunciadas
pelo governo para estimular o
mercado imobiliário, está a ampliação de 600 mil para 900 mil
no número de unidades financiadas pela Caixa Econômica
Federal no próximo ano.
Para este ano, porém, o Secovi-SP prevê queda nas vendas.
No ano passado, foram vendidos 36 mil imóveis residenciais.
Para 2008, a expectativa é a de
que 33 mil negócios sejam concretizados.
Outro indicador que aponta a
desaceleração no mercado, o
VSO (Venda sobre Oferta) caiu
de 13,8% em setembro para
4,9% em outubro. O dado mostra as vendas realizadas em relação ao total de empreendimentos lançados em São Paulo
nos últimos 36 meses. Segundo
o Secovi-SP, trata-se do pior resultado desde janeiro de 1999.
"A crise impôs uma nova realidade às empresas do setor",
diz Petrucci, do Secovi-SP. No
próximo ano, as incorporadoras já terão de trabalhar com
novo planejamento de obras e
implementar novas políticas financeiras.
As projeções do sindicato indicam que, no ano que vem, serão vendidos entre 27 mil e 29
mil imóveis residenciais na cidade de São Paulo. Já os lançamentos devem cair de 35 mil
unidades para algo entre 26 mil
e 28 mil. "É certo que teremos
um mercado menor", afirma
Petrucci.
"O mercado imobiliário depende muito de crédito e de
confiança, e foram justamente
esses dois fatores que a crise
atingiu com mais força", afirma
Silveira, da RC Consultores.
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