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China reduz taxa de juros pela quinta vez em quatro meses
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O Banco Central chinês cortou a taxa de juros ontem em
0,27 ponto percentual, o quinto
corte desde setembro. A taxa
anual passou de 5,58% para
5,31%, e o depósito de um ano
caiu de 2,52% para 2,25%.
O Banco do Povo, nome oficial do BC chinês, quer colocar
mais dinheiro em circulação na
tentativa de conter a desaceleração da economia -muito
maior do que o previsto.
Há temores de que milhões
de chineses fiquem desempregados nos próximos meses se a
economia crescer 6%, depois
de ter crescido 11,9% em 2007 e
estimados 9,5% neste ano.
A construção civil, paralisada
pela crise imobiliária, e o setor
exportador, em baixa pela queda na demanda global, estão
entre os que mais devem demitir em 2009. O governo teme a
crescente tensão social, com
protestos e greves acontecendo
quase diariamente em algumas
das maiores cidades chinesas.
O Banco do Povo também reduziu o valor da reserva que cada banco precisa manter em 50
pontos base para permitir que
as instituições emprestem
mais - analistas calculam em
mais 300 bilhões de yuans disponíveis com a medida (cerca
de R$ 106 bilhões).
Os primeiros três cortes anteriores, em setembro e outubro, foram de 0,27 cada e, em
26 de novembro, o BC cortou
1,08 ponto.
O índice de preços ao consumidor foi de 2,4% em novembro, depois de ter atingido 8,7%
em fevereiro passado. Há temores de que haja deflação no
país, se o consumo continuar
retrocedendo.
Taxas adiadas
Em outra medida para tentar
conter o crescente desemprego, o governo anunciou uma série de medidas para permitir
que empresas adiem contribuições previdenciárias e outras
obrigações sociais a fim de
manter seus empregados.
"As taxas de saúde, acidentes
de trabalho, maternidade e seguro para residentes urbanos
podem ser reduzidas ou adiadas nos próximos 12 meses",
diz um comunicado divulgado
ontem pelos Ministérios de Recursos Humanos, de Finanças e
pela Administração Estatal de
Impostos.
Empresas em dificuldades financeiras podem adiar o pagamento de fundos de previdência social por até seis meses e o
plano de saúde, normalmente
6% do salário pelo empregador
e 2% pelo empregado, em até
doze meses.
O governo não divulgou
maiores detalhes sobre quem
se encaixa nas "dificuldades financeiras" e pode recorrer ao
adiamento. Mas ainda é comum que milhares de empresas no país não contribuam
com os benefícios, nem registrem seus trabalhadores.
Queda no Japão
As exportações japonesas
caíram 26,7% em novembro,
segundo divulgou ontem o Ministério das Finanças. A queda
recorde de mais de um quarto
das exportações se deve principalmente à menor demanda de
automóveis e eletrônicos, importantes na pauta exportadora do Japão.
A segunda maior economia
do mundo sofreu quedas de
seus principais mercados, mas
não só dos Estados Unidos, onde a queda foi de 33,8%.
As exportações para a China
caíram 24,5%, para a União Européia, -30,8%, e Ásia, -26,7%, o
que comprova uma desaceleração global.
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