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Executivo levou 1,3% de socorro a banco nos EUA
Dirigentes embolsaram US$ 1,6 bi em benefícios
DE WASHINGTON
Se as notícias não são tão
boas no mundo do trabalho, no
do capital a situação é diferente. Pelo menos, no comando
das instituições financeiras que
receberam alguma forma de
auxílio do governo dos EUA em
2008, ano recorde nesse tipo de
ação no país. Levantamento
aponta que o equivalente a
1,36% da ajuda governamental
foi parar no bolso de executivos
das empresas beneficiadas.
Segundo pesquisa da agência
de notícias "Associated Press",
os executivos mais graduados
dos bancos amparados pelo governo em 2008 haviam abocanhado perto de US$ 1,6 bilhão
em salários e benefícios em
2007, ano em que a atual crise
financeira amadureceu. Para
2008, algumas dessas instituições pesquisadas anunciaram
cortes em salários e benefícios.
O dinheiro foi para o bolso de
cerca de 600 executivos e veio
em forma de salário direto, bônus, ações, uso de jatos corporativos e motoristas, títulos de
clube e outros benefícios. A
pesquisa foi feita nos documentos apresentados à SEC, o equivalente norte-americano da
Comissão de Valores Mobiliários, pelos 116 bancos auxiliados, que receberam até agora
um total de US$ 118 bilhões do
governo em 2008 -ou o equivalente ao PIB do Egito.
O valor médio recebido por
executivo foi de US$ 2,6 milhões em salário anual, bônus e
benefícios, o que dá cerca de R$
518 mil por mês por pessoa.
Apenas os cinco mais graduados da Goldman Sachs levaram
US$ 242 milhões em 2007. Em
2008, segundo o banco, eles
abrirão mão dos benefícios e
receberão apenas um salário-base anual de US$ 600 mil cada
um -ou R$ 120 mil por mês.
Para o congressista democrata Barney Frank, presidente do
Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, esse dinheiro é
o equivalente a "um suborno".
"A maioria de nós assume empregos com o compromisso de
fazer o melhor que pode", disse.
"Agora, sabemos que os executivos mais bem-pagos são diferentes: eles precisam de dinheiro extra para se motivar!"
Os bancos auxiliados pelo governo estão sob crítica severa
depois de relatório do Escritório de Responsabilidade do Governo, subordinado ao Congresso, ter descoberto que não
está claro como as instituições
usaram o dinheiro que receberam na primeira metade do pacote de auxílio ao mercado, de
US$ 700 bilhões.
(SÉRGIO DÁVILA)
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