São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

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PAC / APOIO

Governadores pressionam para alterar obras do PAC

Aeroportos, metrôs e estradas estão na lista que eles pretendem levar à União

Reivindicações para novos empreendimentos partem tanto dos políticos da oposição quanto da base aliada do governo federal


DA AGÊNCIA FOLHA

Um dia após o anúncio do PAC, governadores afirmaram que ele não contemplou obras de infra-estrutura necessárias aos Estados. Estradas, portos, aeroportos e um metrô estão entre as reivindicações tanto de governadores da base aliada do governo federal quanto da oposição ouvidos pela Folha.
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse que o investimento em ferrovias foi desconsiderado pelo PAC. Ele também achou "tímida" a proposta para recuperar a malha rodoviária do Estado.
O tucano reclamou ainda das verbas para ampliar o aeroporto de Confins e tachou de "insignificante" o valor proposto para o projeto de extensão do metrô (R$ 186 milhões).
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), voltou a elogiar o plano ontem e pediu apoio à bancada do Estado na Câmara de Deputados.
Cabral minimizou o fato de o projeto da linha 3 do metrô, ligando o centro do Rio a Niterói e Itaboraí, não ter sido incluídos. "O governo federal estabeleceu como critério para o PAC obras em andamento, e a Linha 3 efetivamente ainda não começou", disse.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), não se manifestou sobre o plano. O secretário estadual da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa, informou por meio de sua assessoria de imprensa que quer avaliar de forma mais detalhadas as ações propostas antes de comentá-las.
Para a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), o governo federal incluiu no PAC obras de infra-estrutura prioritárias dele. Cabe agora aos Estados apresentar suas propostas, afirmou.
Ela citou como exemplo a ampliação do metrô, que ficou fora do programa, mas que é uma obra necessária para melhorar o acesso a Porto Alegre.
Segundo a assessoria de imprensa do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), o governo federal não incluiu no PAC os investimentos para o complexo portuário Barra do Riacho, para o qual já estava previsto no Orçamento da União cerca de R$ 1,3 bilhão.
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL), disse, por sua assessoria, que não pretende adiantar seus pontos de reivindicação, pois não quer atrapalhar a criação de consenso mínimo entre os governadores.
Jackson Lago (PDT), governador do Maranhão, disse que já foi entregue à Casa Civil uma relação de obras não contempladas pelo PAC, como a recuperação de estradas e a construção da ponte que liga Maranhão ao Tocantins.
Para o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), o Estado foi preterido na construção de uma usina. "O presidente Lula assumiu compromisso de construir usina de biodiesel na Paraíba, mas a ministra Dilma Rousseff anunciou a construção de duas usinas de biodiesel em Pernambuco. Não sei se eles erraram na hora de apontar no mapa, já que a usina aparece próxima à divisa dos dois Estados."
Já o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse que irá apresentar a Lula propostas como a reformulação do aeroporto de Teresina.
O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), quer incluir no programa a construção de um poliduto para transporte de combustível entre as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Marcelo Déda (PT), governador de Sergipe, citou a modernização do aeroporto de Aracaju (SE) como uma das obras que ficaram de fora.
O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), disse que "faltou tudo" no PAC. "Todo programa federal tem essa falha de origem, que é a da imposição autoritária, da escolha de determinados projetos."


Colaboraram as Sucursais do Rio e de Brasília e a Reportagem Local

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