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PAC / FINANCIAMENTO
BNDES quer emprestar mais à área pública
Banco vai financiar mais projetos de saneamento e pretende criar programa para melhorar gestão das estaduais do setor
Papel do banco no pacote para acelerar o crescimento é oferecer crédito para os
setores de energia elétrica, saneamento, logística e gás
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) poderá emprestar
mais para o setor público, especificamente para projetos de
saneamento.
Com o PAC (Pacote de Aceleração do Crescimento), o limite
de endividamento para saneamento no setor público passou
de cerca de R$ 2,2 bilhões para
R$ 6 bilhões.
Segundo Élvio Gaspar, diretor da área de Inclusão Social, o
banco estima que o desafio da
universalização de água e esgoto requer não só recursos provenientes do endividamento de
Estados e municípios e do governo federal como também da
iniciativa privada.
O diretor citou como exemplo a Sabesp, que conseguiu
emitir debêntures e captar recursos com iniciativa própria.
O banco pretende lançar um
programa para melhorar a gestão das empresas de água e esgoto e torná-las aptas a captar
recursos de forma independente. Vai financiar projetos do setor associados à tentativa de
aprimoramento da administração das empresas.
O programa estará disponível para todas as empresas estaduais do setor.
"Os Estados e municípios
sempre ficaram presos [para
realizar investimentos] pela dificuldade de conseguir crédito
ou por esbarrar no limite de endividamento. Temos uma carteira de R$ 9 bilhões, mas o total autorizado para contratação
é de R$ 25 milhões. Vamos desencavar essa carteira dentro
dos critérios de priorização que
o Ministério das Cidades elaborou", explicou Gaspar.
A participação do banco no
pacote elaborado pelo governo
está focada nas áreas de energia
elétrica, saneamento, gás e logística. Para incentivar a realização de investimentos nestes
setores, o banco realizou a segunda redução de custos de
crédito. Em alguns casos, as reduções chegaram a 80% para o
setor elétrico. Além disso, o
BNDES está concluindo a elaboração de uma linha de financiamento para TV digital, mas
evitou adiantar detalhes.
A carteira de investimentos
do banco soma R$ 90 bilhões.
Desse total, R$ 45 bilhões destinados ao setor de energia elétrica, R$ 24 bilhões voltados
para logística e R$ 21 bilhões
para a área de desenvolvimento
urbano.
O presidente do BNDES, Demian Fiocca, ressaltou a capacidade do programa de destravar o crescimento da economia.
"O que impedia o Brasil de acelerar o crescimento não era a
falta de diagnósticos sobre o
que precisa ser feito, mas a dificuldade de implementação",
afirmou, em referência a projetos antigos que o governo promete finalmente tirar do papel,
como a usina hidrelétrica do
Rio Madeira.
A redução de spreads foi significativa, mas Fiocca evitou
comentar quanto o banco deixará de receber com as mudanças. Ele destacou que apenas
um terço do lucro recorde de
R$ 5,7 bilhões até o terceiro trimestre do ano passado teve origem nos spreads de renda fixa.
No setor de energia elétrica, o
custo dos empréstimos passou
de 13,75% (incluindo TJLP,
spread básico e spread de risco)
em 2005 para 9%.
As projeções do banco estimam que os desembolsos crescerão acima do PIB (Produto
Interno Bruto). O banco estima
que a expansão dos investimentos será de 10% ao ano.
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