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Preço diminui 50% enquanto governo discute
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desde que o governo federal decidiu criar um grupo de
trabalho para discutir o novo
marco legal para exploração
de petróleo na camada pré-sal (há 129 dias), o combustível já perdeu metade do seu
valor no mercado internacional.
O governo anunciou a criação de um grupo de trabalho
para elaborar uma proposta
de novas regras para o setor
em 17 de setembro do ano
passado.
Naquela ocasião, o barril
de petróleo tipo Brent valia
US$ 91,87, e o WTI estava cotado a US$ 97,16.
Ontem, o barril tipo Brent
fechou a US$ 48,37 (queda de
47,4%) e o WTI, a US$ 46,47
(52,2% de redução).
O petróleo tipo Brent é
mais pesado (denso, viscoso)
e tem contratos negociados
na Bolsa de Londres.
O WTI (West Texas Intermediate) é mais leve (menos
denso) e é negociado em Nova York.
Embora a Petrobras afirme que a exploração de petróleo na camada pré-sal
(abaixo da camada de sal que
existe no fundo do oceano)
seja economicamente viável
mesmo com o barril de petróleo cotado a US$ 35,
quanto menor o valor do
combustível, menos atrativo
fica o investimento.
O preço baixo da commodity pode ser um entrave para investimentos principalmente no contexto atual de
escassez de crédito, provocada pela crise financeira internacional.
As discussões do grupo de
trabalho deveriam durar
dois meses. Ou seja, em meados de novembro, deveria
haver uma nova política de
exploração de petróleo.
No início, as discussões
emperraram por divergências entre os integrantes do
grupo de trabalho.
A ANP (Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis) defendia
uma solução mais simples e
rápida: o aumento das alíquotas de um dos impostos
que incidem sobre a produção (Participação Especial,
paga por quem opera campos
de alta produtividade).
A solução proposta pela
agência reguladora poderia
ser implementada por meio
de decreto, sem passar pelo
Congresso Nacional.
Mudança mais profunda
O Ministério de Minas e
Energia e a Casa Civil, no entanto, defendiam mudanças
mais profundas, com a criação de uma nova empresa estatal para gerenciar a exploração.
A proposta de mudanças
mais significativas acabou
prevalecendo -deverá ser
adotado o modelo de partilha
de produção, uma adaptação
do que é usado na Noruega,
país considerado como referência no aproveitamento
das riquezas geradas pela extração de petróleo.
O atual modelo em vigor
no Brasil é o de concessão.
Nesse sistema, a ANP licita
uma área de exploração e a
empresa vencedora vira concessionária e dona do óleo
que é extraído.
A forma de apropriação da
riqueza por parte do governo
no modelo atual se dá na licitação (pagamento de bônus
de assinatura) e na tributação da produção (royalties e
participação especial).
No novo modelo, uma empresa estatal (sem ações em
Bolsa e não operacional) gerencia contratos de exploração no qual outras empresas
(estatais, como a Petrobras,
ou privadas) fazem a exploração. Quando o óleo é extraído, parte pertence à empresa estatal.
Colaborou a Redação
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