São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

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Investidor busca papéis do país e do México

DA REPORTAGEM LOCAL

O anúncio da recompra de títulos da dívida externa brasileira, no montante de US$ 6,6 bilhões, derrubou o risco-país ontem. Além do Brasil, o governo mexicano também afirmou que recomprará papéis de sua dívida externa, em um volume que pode alcançar os US$ 30 bilhões.
No fim do dia, o risco-país brasileiro registrava queda de 3,45%, aos 224 pontos -novo piso histórico. O risco mexicano marcava 101 pontos (baixa de 10,6%).
A futura operação fez com que investidores corressem para comprar títulos da dívida dos dois países. O risco é calculado a partir de uma cesta de títulos da dívida externa. Quando a procura por esses papéis sobe, o indicador -calculado desde 1994 pelo banco americano JP Morgan- recua.
"A notícia de recompra do restante dos C-Bonds que ainda estão em circulação no mercado externo foi bem recebida pelo mercado e o risco-país despencou", afirmou Jason Vieira, economista da consultoria GRC Visão, em relatório.
Quando a recompra dos títulos brasileiros for concluída, em abril, o dinheiro que os investidores receberem poderá acabar sendo realocado em outros papéis da dívida brasileira. Assim, o risco do Brasil pode cair ainda mais.
O governo mexicano quer recomprar títulos de sua dívida denominados principalmente em dólares e euros. Os títulos que serão recomprados têm vencimentos que vão de 2007 a 2033. A oferta mexicana será fechada no dia 2 de março.
Para o Brasil, a queda do risco-país sempre é uma notícia importante. O risco indica o quanto de juros o país paga a mais do que os EUA para conseguir empréstimos no mercado internacional.
Nos momentos de crise, quando o risco-país dispara, o país tem maiores dificuldades -e passa a pagar mais caro- para conseguir captar recursos no exterior.
Em setembro de 2002, véspera das últimas eleições presidenciais, o risco-país chegou a seu ponto máximo: 2.436 pontos. (FV)


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