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Investidor busca papéis do país e do México
DA REPORTAGEM LOCAL
O anúncio da recompra de títulos da dívida externa brasileira, no
montante de US$ 6,6 bilhões, derrubou o risco-país ontem. Além
do Brasil, o governo mexicano
também afirmou que recomprará
papéis de sua dívida externa, em
um volume que pode alcançar os
US$ 30 bilhões.
No fim do dia, o risco-país brasileiro registrava queda de 3,45%,
aos 224 pontos -novo piso histórico. O risco mexicano marcava
101 pontos (baixa de 10,6%).
A futura operação fez com que
investidores corressem para comprar títulos da dívida dos dois países. O risco é calculado a partir de
uma cesta de títulos da dívida externa. Quando a procura por esses papéis sobe, o indicador
-calculado desde 1994 pelo banco americano JP Morgan- recua.
"A notícia de recompra do restante dos C-Bonds que ainda estão em circulação no mercado externo foi bem recebida pelo mercado e o risco-país despencou",
afirmou Jason Vieira, economista
da consultoria GRC Visão, em relatório.
Quando a recompra dos títulos
brasileiros for concluída, em abril,
o dinheiro que os investidores receberem poderá acabar sendo
realocado em outros papéis da dívida brasileira. Assim, o risco do
Brasil pode cair ainda mais.
O governo mexicano quer recomprar títulos de sua dívida denominados principalmente em
dólares e euros. Os títulos que serão recomprados têm vencimentos que vão de 2007 a 2033. A oferta mexicana será fechada no dia 2
de março.
Para o Brasil, a queda do risco-país sempre é uma notícia importante. O risco indica o quanto de
juros o país paga a mais do que os
EUA para conseguir empréstimos
no mercado internacional.
Nos momentos de crise, quando o risco-país dispara, o país tem
maiores dificuldades -e passa a
pagar mais caro- para conseguir
captar recursos no exterior.
Em setembro de 2002, véspera
das últimas eleições presidenciais,
o risco-país chegou a seu ponto
máximo: 2.436 pontos.
(FV)
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