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LUÍS NASSIF
Audiência pública para a TV
Recebi e-mail de Fernando Bittencourt, diretor de
Engenharia da Rede Globo, a
propósito da coluna "Celulares
versus emissoras". Do ponto de
vista técnico, ele discorda da
afirmação da Acel (associação
das operadoras de celulares) de
que a transmissão para receptor
móvel exigirá uma rede de antenas muito maior do que a necessária para a transmissão para
receptor fixo.
Hoje, as TVs móveis recebem
mal o sinal por serem analógicas, diz ele. Com o digital, não
haverá nenhum problema de recepção. Prova disso seria um canal experimental instalado pelo
Instituto Mackenzie na torre do
Sumaré. Se correta a informação, as operadoras de celular
não teriam o que oferecer nesse
item específico.
Sua defesa do padrão japonês
é por ele permitir transmitir a
mesma imagem para televisores
fixos e móveis em um mesmo espectro, enquanto o sistema europeu tem baixo desempenho de
transmissão simultânea para
receptores fixos e portáteis em
um mesmo canal.
A posição da Acel é que a programação para móvel tem de,
necessariamente, ser diferente
da programação para fixo, devido ao fato de, por definição, o telespectador do móvel não ter o
mesmo tempo continuado disponível do que o fixo.
No e-mail, Bittencourt não
aborda o ponto central da proposta da Acel: a de que a transmissão aberta continuaria livre
e sob controle das emissoras. E
haveria uma convergência de
esforços -entre emissoras abertas, produtores independentes e
operadores de celulares- para
oferecer conteúdo sob demanda.
Nesse caso, as operadoras teriam a oferecer seu sistema de
cobrança, atendimento ao consumidor e investimento para
ajudar a popularizar os receptores móveis. Algo que poderia ser
inviabilizado pelo modelo japonês -segundo as operadoras,
embora a Vivo aceite qualquer
sistema.
Bittencourt diz que a discussão é apenas sobre TV aberta e
não sobre programas sob demanda, o que, de certo modo,
contradiz sua própria posição
sobre a inevitabilidade da convergência digital.
O ponto central da questão é
outra. Em 2001, a Anatel colocou a questão da TV digital em
audiência pública. Depois, houve um atropelo. O ministro Miro
Teixeira houve por bem montar
uma estrutura de consórcios para ganhar competência técnica
para a discussão e, posteriormente, para a participação no
desenvolvimento. Criou-se um
conselho com representantes da
sociedade civil, mas sem o menor poder de vocalização de
suas demandas.
O caminho é a consulta pública, mesmo que atrase em alguns
meses a inauguração. Afinal, é
um projeto com profundas repercussões sobre praticamente
todos os aspectos da vida nacional.
No site www.projetobr.com.br
há um apanhado de todas essas
posições.
Escravo da Microsoft
Atenção organizações de defesa do consumidor. Quem instalou no seu computador o programa Windows Desktop
Search -feito para competir
com o Google Desktop- e pretender desinstalá-lo recebe o seguinte aviso: "Se o Windows
Desktop Search for removido,
esses programas não serão executados adequadamente".
No meu notebook são 13 programas prejudicados. Tornei-me um escravo do Windows
Desktop Search.
E-mail: Luisnassif@uol.com.br
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