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Vendas de veículos têm expansão de 29% no mês
Impulsionada pelo crédito, demanda aquecida reduz estoques de concessionárias
Lojistas afirmam que têm unidades disponíveis para abastecer mercado por 10 dias, em média; padrão costuma ser de 25 dias
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na primeira quinzena deste
mês, as vendas de automóveis e
de veículos comerciais leves
(modelos esportivos), que foram recorde em dezembro e janeiro, cresceram a taxas ainda
maiores: foram licenciados
87.458 carros, 28,9% a mais do
que mesmo período de 2006 e
27,5% mais em relação aos primeiros 15 dias de janeiro.
Em janeiro, o crescimento na
comparação com o mesmo mês
de 2006 havia sido de 15,5%. A
forte demanda baixou o estoque de algumas concessionárias para dez dias -em geral,
ele dura 25 dias, em média. Segundo as revendas, as montadoras estão acelerando o ritmo
de produção para se adequar ao
crescimento das vendas.
"O ritmo de fevereiro foi
muito acelerado para um período em que não há muitas promoções", avalia o especialista
no setor David Wong, vice-presidente da consultoria Kaiser
Associates. "O fechamento do
ano foi recorde de baixa de estoque. Dezembro foi extraordinariamente bom", completa.
Os dados referentes à primeira quinzena deste mês são
da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). A entidade estima que no mês todo 139
mil veículos serão licenciados.
"Está faltando veículo, e não estamos dando conta de atender
à pronta entrega", afirma Edmo Pinheiro, presidente da
Abracaf (Associação Brasileira
dos Concessionários Fiat).
"Nossos estoques atualmente
dão para apenas dez dias."
Segundo ele, a demanda está
particularmente aquecida desde novembro do ano passado.
"A entrega é que não está dando
conta, devido aos dias parados
de Ano Novo, Carnaval e férias
coletivas", avalia. De acordo
com Pinheiro, a montadora já
intensificou o ritmo de produção. "A Fiat contratou o terceiro turno no início de fevereiro."
Crédito
O bom momento vivido pela
indústria automobilística pode
ser explicado principalmente
pelo crédito concedido pelas
montadoras aos consumidores.
"O preço do carro não tem subido, e, com a queda da taxa de juros, a prestação cai, tornando o
carro mais acessível", diz o especialista no setor Richard Dubois, diretor-associado da consultoria AT Kearney.
Segundo ele, o aumento na
primeira quinzena deste mês
em relação a janeiro pode ser
explicado pelo fato de as vendas
de carros na primeira semana
do ano serem muito fracas. "A
venda diária na primeira quinzena de fevereiro é sempre melhor por causa dessa base de
comparação mais fraca."
Para Dubois, apesar do momento favorável, a indústria
ainda não se sente segura para
ampliar investimentos. "Não
existe confiança de que o cenário se manterá no longo prazo."
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