São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

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Bolsa de Nova York cai ao menor nível desde a crise asiática de 97

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Nova York desceu ontem ao menor patamar desde 1997, época da crise financeira da Ásia, com o pessimismo dos investidores em relação ao desaquecimento do consumo e às necessidades crescentes de capitalização do sistema financeiro nos Estados Unidos.
Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500, que mede o desempenho de 500 empresas americanas, desabou 3,47% ontem e terminou o dia registrando 743,33 pontos, menor marca desde 11 de abril de 1997. Já o Dow Jones, termômetro das 30 ações mais negociadas, teve queda de 3,41% e bateu em 7.114,78 pontos, menor patamar desde 28 de outubro de 1997. Na Bolsa Nasdaq, a baixa foi ainda maior, de 3,71%, que levou seu principal índice a 1.387 pontos, o menor em quatro anos.
As ações do setor financeiro voltaram a subir após o "Wall Street Journal" noticiar que o governo americano estuda elevar para até 40% sua participação no Citigroup. As ações do grupo chegaram a subir mais de 20%, mas encerraram o dia com alta de 9,74% com o ceticismo em relação à eficácia do possível novo aporte de capital. Já os papéis do Bank of America subiram 3,17%.
O mau humor foi acentuado após a rede de televisão CNBC informar que a seguradora AIG (American International Group) pode ter que pedir falência se o governo não der mais recursos. Os papéis da seguradora, que foi socorrida duas vezes pelo governo, tiveram baixa de 1,85%.
O pessimismo atingiu também o setor de tecnologia após a informação de que o site de busca Yahoo planeja uma completa reorganização de suas áreas de negócio. As ações do site tiveram baixa de 1,4%, menor do que as da Intel (5,65%) e da HP (6,27%), ainda com a preocupação de queda nas vendas de computadores e periféricos. Os papéis da General Electric tiveram baixa de 5,7%.
Os preços do petróleo fecharam em baixa em Nova York e em Londres com a expectativa de oferta acima das necessidades do mercado internacional, mesmo com um eventual corte na produção pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
O barril para entrega em abril, o contrato mais negociado, recuou quase 4% e terminou a US$ 38,44 em Nova York. Em Londres, a baixa foi menor (2,15%), encerrando a US$ 40,99 o barril.
A baixa ontem acontece após uma semana de fortes perdas da ordem de 6% nas Bolsas americanas. No ano, o Dow Jones já acumula queda de 18,9%, enquanto o S&P tem baixa de 17,7% e a Nasdaq, de 12%.
No Brasil, a Bolsa permaneceu fechada ontem devido ao feriado prolongado de Carnaval.
Na Europa, a Bolsa de Londres teve baixa de 0,99% e a de Frankfurt, de 1,95%. A Bolsa de Paris recuou 0,82%. As ações do setor financeiro lideraram as perdas no mercado europeu. Os papéis do Deutsche Bank recuaram mais de 5%, enquanto os do Crédit Suisse tiveram baixa de 5,2% e os do francês Dexia perderam 12%.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio teve baixa de 0,54% no índice Nikkei e a de Hong Kong, perda de 3,75% no índice Hang Seng.


Com agências internacionais


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