São Paulo, quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

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Cresce nº de bancos com problemas nos EUA

Total de instituições financeiras com dificuldades chega a 702 e atinge o maior patamar desde 1993

DA REDAÇÃO

O número de instituições financeiras com "problemas" nos Estados Unidos alcançou no final do ano passado o maior nível desde 1993, indicando as dificuldades que ainda vive o setor, que foi uma das origens da pior crise global em 80 anos.
De acordo com a FDIC (órgão garantidor dos depósitos bancários), 702 instituições estavam na "lista de problemas" no quarto trimestre de 2009, aumento de 27% ante os três meses anteriores. No final de 2008, o número de bancos problemáticos era de 252.
A entidade não divulga o nome das instituições com problemas, mas é possível inferir que são bancos pequenos que vêm sofrendo mais. Isso porque o avanço do total de ativos das instituições problemáticas foi de 16% ante o terceiro trimestre, ritmo, portanto, inferior, ao da expansão do número de bancos com dificuldades.
No total, 1 em cada 11 bancos norte-americanos está com problemas. Fazer parte da lista da entidade, porém, não significa que o banco está destinado a quebrar -já que, geralmente, pouco mais de 10% das instituições financeiras que aparecem na lista acabam encerrando suas operações.
Para a presidente da FDIC, Sheila Bair, apesar de os números de bancos com problemas "parecerem assustadores", o setor enfrenta desafios, mas está "estável". "Estamos vendo alguns sinais encorajadores."
Ainda segundo o organismo, os bancos tiveram um lucro de US$ 914 milhões entre outubro e dezembro e terminaram o ano passado com ganhos de US$ 12,5 bilhões. O resultado é melhor que o de 2008 (US$ 4,5 bilhões), mas bastante distante dos US$ 100 bilhões obtidos em 2007, quando a crise apenas começava a se instalar no setor.
Porém, 30% das 8.000 instituições financeiras analisadas terminaram 2009 no prejuízo, o maior índice desde 1984. Em 2008, 24% não tiveram ganhos.
As autoridades temem que essas instituições fiquem relutantes em emprestar para empresas e consumidores, o que pode minar ainda mais a recuperação da economia.
E os problemas poderão se agravar mais nos próximos meses, caso o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) decida aumentar a taxa de juros básica -que está no menor nível histórico-, o que significa que os bancos não poderão conter mais com os lucros relacionados a ela para amortecer as perdas com outros setores.


Com agências internacionais e o "New York Times"


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