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Porto Alegre dita regras
para diminuir impacto
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A Prefeitura de Porto Alegre
adotou, em 1998, alternativa legal
para atrair grandes investimentos
que queiram se instalar na cidade
e manter os pequenos empresários. Por um decreto e uma comissão que analisa o impacto socioeconômico, os empreendimentos de vulto têm de acatar alguns requisitos ao se estabelecer.
Um exemplo é o da rede Carrefour, que quis abrir sua segunda
unidade em Porto Alegre. O projeto foi aprovado e já funciona.
Para tanto, porém, a empresa cedeu espaço para 40 pequenas lojas
dentro de sua área, superior a
5.000 m2. Assim, foi resolvido o
problema dos pequenos comércios locais, que teriam de fechar.
Além disso, o Carrefour construiu uma creche gratuita para 60
crianças da região -não só para
seus funcionários-, teve que dar
ao menos 10% dos empregos a
pessoas com mais de 30 anos, destinou US$ 250 mil para cursos de
aperfeiçoamento profissional e
fez triagem para reciclar vidros,
metais, plástico e papel.
""A experiência foi boa para nós,
que equacionamos o impacto socioeconômico, e para o Carrefour,
que teve aceitação melhor na região. Foi peça de marketing para a
empresa, que é vista pelo público
local como parceira", diz o secretário substituto de Indústria e Comércio de Porto Alegre, Carlos
Alberto Neves.
De acordo com Neves, a simples
instalação da unidade do Carrefour criaria empregos, mas eliminaria número superior de vagas
dos pequenos comércios locais.
A imposição de idade igual ou
superior a 30 anos para 10% dos
funcionários se deve ao fato de
que as casas comerciais que fecharam suas portas tinham empregados com essas características, o que explica, também, os
US$ 250 mil para treinamentos.
Atualmente, a prefeitura negocia três projetos nesses moldes:
uma nova loja dos Supermercados Zaffari, um shopping e um
""megashopping".
O decreto municipal 11.978/98,
que estabeleceu as regras para investimentos, prevê, também, estudos de impacto ambiental, entre outros.
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