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Acerto com UE pode vir antes de Alca, diz Brasil
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Européia
poderá ser concluído antes da Alca (Área de Livre Comércio das
Américas) e da negociação da Rodada Doha da OMC (Organização
Mundial do Comércio), ambas
previstas para terminar até dezembro deste ano.
A estimativa foi feita ontem pelo
ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim, após a UE ter
apresentado oferta de ampliação
do acesso dos produtos agrícolas
do Mercosul a seu mercado.
Amorim evitou julgar o teor da
proposta dos europeus, mas considerou "muito positivo" o fato de
ela ter sido apresentada agora. Segundo ele, até outubro, a UE insistia em deixar a negociação agrícola com o Mercosul para um período posterior à conclusão da Rodada Doha, entendimento comercial entre todos os países que
compõem a OMC. O bloco mudou de posição em reunião realizada naquela época em Bruxelas.
Segundo o ministro, a oferta
agrícola da UE basicamente aumenta as cotas de importação impostas a produtos agrícolas do
Mercosul. Mas também condiciona a ampliação de concessões ao
resultado da negociação na OMC.
Apesar de estar mais otimista
nas conversas com os europeus,
Amorim fez questão de ressaltar a
importância das duas outras negociações nas quais o Brasil está
envolvido -Alca e OMC.
De todas, a negociação da OMC
é a "fundamental", afirmou o ministro em entrevista que concedeu durante visita oficial a Pequim. "As coisas mais importantes que nós queremos não serão
obtidas nem na Alca nem na negociação birregional [com a UE]."
Questões como disciplina de
medidas antidumping e subsídios
agrícolas serão resolvidas na
OMC e são elas que poderão ter
impacto significativo sobre o comércio brasileiro, avaliou.
Mesmo que o acordo com a UE
seja alcançado antes, terá de ser
complementado com a negociação da OMC, disse Amorim.
O ministro lembrou que a negociação na Alca é mais complexa
que a realizada com a UE, pois envolve 34 países americanos.
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