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OPERAÇÃO DISSOLVE
Ação ocorreu nos Estados de São Paulo, Minas e Mato Grosso
PF prende 8 por adulterar gasolina
DANIELE SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PIRACICABA
A Polícia Federal prendeu ontem oito suspeitos de integrar
uma quadrilha que adulterava gasolina nos Estados de São Paulo,
Minas Gerais e Mato Grosso. Outros cinco suspeitos, para os quais
já foram expedidos mandados de
prisão, estão foragidos. A operação foi coordenada pela seccional
da PF em Piracicaba (162 km a noroeste de São Paulo).
Os oito suspeitos -seis de Limeira, um de Cordeirópolis e um
de Guarujá- estão presos na sede da PF em Limeira (150 km de
São Paulo), provável base da quadrilha. Na ação, também foram
apreendidos pelo menos dez veículos, entre eles dois caminhões
utilizados para o transporte de
combustível. Há mandados para
a apreensão de mais de 30 caminhões.
A Polícia Federal não revelou o
nome dos presos, nem das empresas onde foram realizadas as
apreensões, para "não atrapalhar
as investigações". O órgão informou apenas que alguns dos presos são "empresários de alto poder aquisitivo".
A quadrilha, que vinha sendo
investigada há quatro anos pelo
Ministério Público de São Paulo e
há dois anos pela PF, vendia gasolina misturada a solventes utilizados para a fabricação de tintas. A
organização constituía empresas
de fachada, em nome de "laranjas", com sede nos Estados de Pará, Tocantins, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais e
Goiás.
Essas empresas compravam os
solventes em indústrias químicas.
Em vez de serem levados aos supostos Estados de origem das empresas, os solventes eram desviados para bases clandestinas de
mistura e distribuidoras de combustíveis. A gasolina, misturada
com o álcool e os solventes, era
então vendida em postos de terceiros ou de integrantes da própria quadrilha.
A Operação Dissolve foi feita
em parceria com o Ministério Público Federal, o Ministério Público de São Paulo e a Secretaria de
Fazenda de São Paulo. Além da
prisão dos oito suspeitos e da
apreensão de veículos, também
foram apreendidos documentos e
computadores em dez postos de
combustível, quatro transportadoras, duas distribuidoras e duas
indústrias químicas. Com exceção de uma transportadora de
Cuiabá (MT), todas as empresas
onde ocorreram as apreensões ficam na região de Piracicaba.
Também foram recolhidas
amostras de gasolina, que serão
testadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. O
resultado deve sair na próxima
quarta-feira. Nenhum posto foi
lacrado. Segundo a Secretaria da
Fazenda, os postos que tiverem a
adulteração confirmada perderão
a inscrição estadual, conforme
determina lei estadual.
Na operação, também foi descoberta uma "base misturadora"
em uma chácara em Porto Feliz
(112 km a noroeste de São Paulo),
onde parte da gasolina adulterada
pela quadrilha recebia a adição
dos solventes.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo, a adulteração a
mistura é "sofisticada" e feita por
especialistas.
De acordo com o promotor Fernando Viana, o principal objetivo
da operação foi coletar provas para mover uma ação criminal. Os
envolvidos podem responder pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
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