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IPI menor elevou arrecadação, diz Anfavea
Setor automotivo envia a governo estudo mostrando que corte no IPI aumentou ganho em impostos como PIS/Cofins
Indústria afirma ainda que desemprego teria crescido mais ainda no país sem
a desoneração e cobra renovação do benefício
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
A redução do IPI para o setor
automotivo gerou uma venda
adicional de 170 mil veículos de
dezembro até o fim de março. E
a geração total de impostos diretos (IPI, PIS/Cofins, IOF,
ICMS e IPVA) também aumentou em R$ 551 milhões no mesmo período.
Os números, calculados pelo
setor, foram encaminhados ontem ao ministro da Fazenda,
Guido Mantega, em trabalho
elaborado em conjunto pela
Anfavea (Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos
Automotores), pelo Sindicato
Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores e pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
O objetivo é reforçar a necessidade de prorrogar a redução
do IPI na venda de veículos, cujo término está previsto para o
dia 31. A Folha antecipou que o
governo já tomou a decisão de
prorrogar a medida por mais
três meses.
De acordo com o estudo, em
dezembro foram vendidos 195
mil veículos, mas, sem a redução do IPI, o total comercializado teria sido de 167 mil. Já
em janeiro, foram comercializados 197 mil veículos. Sem a
desoneração, as vendas teriam
sido de 147 mil. Em fevereiro,
as vendas alcançaram 199 mil,
mas seriam 149 mil sem a redução do IPI, sempre segundo o
estudo.
Já em março, o mês deve fechar com um total de 240 mil
veículos comercializados. Sem
a redução do IPI, teriam sido
vendidas 155 mil unidades. Os
números de março sofreram o
efeito da compra antecipada de
veículos pelo receio do término
do benefício.
Um dos efeitos mais favoráveis da medida, na opinião de
Jackson Schneider, presidente
da Anfavea, foi o aumento da
geração de impostos diretos.
Sem a redução do IPI, o total de
impostos diretos gerados com
a venda de veículos seria de R$
5,5 bilhões. Com a medida, foram gerados R$ 6 bilhões, alta
de 10% em relação ao que era
previsto arrecadar.
Segundo o estudo, o governo
perdeu apenas na arrecadação
do próprio IPI, que sofreu uma
queda de 44,2% (menos R$ 592
milhões) com a redução do imposto em dezembro. Mas a geração de todos os outros impostos diretos que incidem sobre os veículos aumentou. O
ganho no PIS/Cofins foi de
32% (mais R$ 521 milhões), do
ICMS, de 24,6% (mais R$ 533
milhões), do IPVA, de 24,6%
(mais R$ 89 milhões), e do IOF,
de 23,8% (mais R$ 500 mil).
Para Paulo Butori, presidente do Sindipeças, outro grande
benefício da redução do IPI foi
no nível de emprego. De dezembro até hoje foram dispensados 38 mil empregados da cadeia automotiva. Se não fosse a
medida, Butori disse que os
cortes seriam muito maiores.
Segundo ele, essas dispensas
foram provocadas principalmente pela queda das exportações de automóveis.
O crescimento do mercado
interno não foi suficiente para
recuperar toda a produção de
automóveis antes da crise, que
estava em cerca de 240 mil veículos por mês.
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