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CNA apresenta pauta para infraestrutura
Com apoio de comissão do Senado, plano visa usar verbas do PAC para projetos de escoamento da safra
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
A CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil) apresenta hoje à Comissão
de Infraestrutura do Senado
uma pauta com as grandes reivindicações da agricultura e da
pecuária brasileira na área de
transporte. A ideia da CNA é
obter apoio dos senadores em
projetos como a construção de
hidrovias, a recuperação dos
portos e investimentos na reconstrução e na reforma de rodovias federais usadas como
corredores de exportação.
A reportagem da Folha embarcou num caminhão usado
no transporte da safra de grãos
e cruzou durante cinco dias
2.470 quilômetros de estradas
federais no Centro-Oeste do
país. A jornada revelou o colapso em corredores das BRs 163,
364 e 452 entre os Estados de
Mato Grosso e Goiás.
A situação começa a representar ameaça a regiões produtoras em que o custo de transporte se torna ano a ano proibitivo para manter a produção na
região. O próprio governo informou à reportagem que paga
R$ 1 bilhão por ano para equalizar os custos de transporte e,
dessa forma, minorar a perda
de competitividade decorrente
da carência da infraestrutura.
A CNA começou a fazer um
levantamento sobre a situação
de todas as grandes regiões
produtoras do país. Segundo a
senadora Katia Abreu (DEM-TO), presidente da confederação, o país deveria investir em
hidrovias e portos, além de
manter as estradas.
O Centro-Oeste, foco da reportagem publicada no domingo, segundo Abreu, poderia ter
à disposição três hidrovias
através das quais escoaria a
produção com baixíssimos custos de transporte.
"Nós temos na região três
Mississippis [referência ao rio
norte-americano] e não usamos nenhum", diz. Além da hidrovia do Madeira, em operação, mas com escala pequena
(transporta por ano cerca de 2
milhões de toneladas de grãos),
há o complexo hidroviário Teles Pires/Tapajós (projeto em
estudo), além do rio Tocantins.
O problema, segundo Abreu,
é a falta de planejamento entre
os projetos hidrelétricos e os de
transportes. A situação do rio
Tocantins é emblemática, afirma. A construção da usina de
Lajeado, próximo a Palmas,
não previu eclusa para navegação. A obra, mais tarde, foi proposta e iniciada, mas, por ora,
está parada. A eclusa de Tucuruí deve sair do papel, mas há
entre as duas a usina de Estreito na divisa entre os Estados de
Tocantins e Maranhão. Nesse
caso não há sequer projeto executivo de eclusa.
Custos altos
Para Newton Gibson, presidente da ABTC (Associação
Brasileira dos Transportadores
de Carga) e vice-presidente da
CNT (Confederação Nacional
do Transporte), o caos nas estradas representa atualmente
custos com manutenção que
tomam em média 40% da receita de frete.
Além dos investimentos em
manutenção de rodovias, o governo federal deveria, segundo
ele, acelerar as concessões para
o setor privado.
"Não sei qual a razão por que
isso não anda, mas o governo
precisa acordar para isso", diz.
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