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Aécio prepara plano de investimento na Light
Após reestruturação, mineira Cemig assumiu controle da distribuidora, alvo de críticas por apagões no Rio
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), participará
hoje no Rio de Janeiro de uma
reunião para tratar do que considera ser a "prioridade absoluta" da Cemig, a estatal mineira
de energia elétrica: "Criar um
plano de investimentos para a
Light", disse ele.
Neste ano, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) ampliou sua participação
na empresa fluminense de
energia por conta da reestruturação societária da Light e, assim, passou a ditar as regras sobre a operação da empresa.
Aécio quer traçar metas e, na
reunião de hoje, vai apresentar
à nova direção da Light -cujo
presidente, Jerson Kelman, foi
indicado por ele- o comando
da controladora Cemig: Djalma
Moraes, presidente, e Sérgio
Barroso, presidente do Conselho de Administração e secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.
Principal empresa do governo de Minas, a Cemig, cujo capital quase quintuplicou durante a gestão Aécio (desde
2003) a partir de uma série de
aquisições no setor elétrico e
eólico, ficou com o controle
operacional da Light por um
acordo de acionistas.
Com sua saída do governo
marcada para a próxima quarta
a fim de disputar possivelmente a eleição para o Senado, Aécio vai até a Light no instante
em que a empresa é muito criticada pelos consumidores fluminenses da região central do
Estado, onde ela atua.
A reclamação é sobre supostos serviços precários prestados pela Light, resultando em
apagões e em prejuízos a comerciantes. Aécio considera
que isso é fruto da falta de investimentos na empresa ao
longo dos últimos anos.
"A Cemig tem hoje uma prioridade: criar um plano de investimento para a Light. É a nossa
prioridade absoluta. Eventualmente vamos avançar nas negociações com a Ampla, em razão da sinergia que existe entre
ambas as empresas [Ampla e
Light]", afirmou o tucano.
Aécio se refere ao fato de a
Cemig ter interesse em propor
um negócio para a Ampla Energia, empresa do grupo Endesa.
A Ampla controla 73% da
energia do Estado do Rio, e à
Cemig interessa tanto a aquisição quanto participação na empresa do grupo espanhol.
No início deste mês, a controladora da Ampla informou à
Folha que "a Endesa Espanha
não tem interesse em vender
qualquer ativo no Brasil [inclusive a Ampla], e sim crescer sua
atuação no país".
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