São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

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MINERAÇÃO

Com demanda forte por minério, Vale quer preço mais "flexível"

DA SUCURSAL DO RIO

A Vale busca consolidar uma "nova política comercial", o que tem irritado siderúrgicas europeias e chinesas. O foco da mudança é o sistema benchmark, adotado há 40 anos, pelo qual o primeiro acordo mundial de reajuste de preço do minério de ferro entre uma mineradora e um cliente acabava valendo para todo o mercado. A Vale pretende abandoná-lo.
Ontem, a empresa voltou a dizer que busca uma política comercial com "abordagem mais flexível em relação aos preços do minério de ferro". Com a demanda puxada pela China, grandes mineradoras impuseram alta de 268% entre 2005 e 2008 em contrato.
O modelo benchmark prevê um preço fixo pelo período de um ano. Já quem não tinha contrato estava sujeito às altas do mercado à vista ("spot"). Em 2009, a crise jogou os preços "spot" abaixo daqueles nos contratos. E a Vale não teve como impor reajuste no benchmark: cortou preço em 28%, em junho.
Reportagem do "Valor Econômico" de ontem disse que a Vale comunicou a clientes que adotaria o índice Iodex (índice de minério de ferro), criado em 2008. Segundo o jornal, o sistema considera preços "spot" nos dois meses anteriores, segundo o índice americano Platts, e valeria para os dois meses seguintes.
Segundo o site da CVM, em apresentação a investidores realizada em fevereiro, a Vale fez menção ao Iodex, mostrando que seu patamar, em fevereiro, era de US$ 123, ou 114% acima do preço praticado em março de 2009.
A Vale disse que "não fez comentários ao mercado de capitais sobre o preço de seus produtos" e não respondeu se fez comentários a clientes.


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