São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

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"Le Monde" cobrará por acesso on-line ao conteúdo impresso

Jornal segue tendência de títulos como "Financial Times", "Wall Street Journal", "New York Times" e "Le Figaro"

Diário francês lançará assinatura combinada para várias plataformas; impresso terá mais análise, e internet, debates e interatividade

DE GENEBRA

O jornal "Le Monde" somou-se ontem à crescente lista de publicações que cobram pela leitura na internet de seu conteúdo impresso. A prática entrará em vigor no próximo dia 29, quando o principal diário francês lançará uma assinatura combinada que dá acesso a todas as suas plataformas (impressa, on-line e no iPhone).
A ideia do "Monde", que cobrará 29,90 pelo pacote (com desconto de 10 nos primeiros 90 dias), é tornar-se uma marca global, como são hoje jornais de língua inglesa e o espanhol "El Pais".
O site lemonde.fr ainda terá material gratuito, mas o jornal passará a diferenciar seu produto pago daquilo que oferece com livre acesso. Atualmente, o "Monde" tem uma assinatura on-line a 6, que permite acessar colunas, arquivos e outros materiais especiais. Para ler o jornal em formato PDF, o assinante on-line paga 15 ao mês. Mas a maioria das notícias do dia publicadas pelo jornal está disponível de graça on-line.
Com a mudança, o site passará a ter uma produção específica para internet, menos aprofundada e aberta ao debate. O jornal também terá uma assinatura para o iPad, novo dispositivo de leitura da Apple que será lançado no mês que vem.

Complementares
A decisão casa com pesquisas recentes como a da Fundação Nieman que mostra que o leitor americano investe 20 vezes mais tempo na leitura do jornal impresso do que com sites noticiosos. Outra, feita em mais de 50 países pelo instituto Nielsen, indica que uma parcela significativa dos leitores aceita pagar por conteúdos especiais on-line exclusivos ou analíticos, mas não por notícias comuns.
"As diferentes plataformas não são concorrentes, mas complementares", disse Eric Fottorino, diretor do "Monde", à reportagem do próprio jornal. "Ao papel cabe a investigação aprofundada e a análise, à web, o debate e a interatividade, e aos smartphones, o alerta e a informação rápida."
Jornais como o "Financial Times", o "Times" e o "Wall Street Jo urnal" já cobram pelo acesso ao conteúdo de seus sites. Recentemente, o americano "New York Times" anunciou que voltará a fechar para assinantes parte de seu conteúdo disponibilizado na internet.
O francês "Le Figaro" lançou a assinatura eletrônica, e as publicações da Axel Spring, uma das principais editoras alemãs do país, também passaram a cobrar on-line.
(LUCIANA COELHO)


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