SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES

Quando abrir neste ano sua primeira loja em Palmas, a capital do Tocantins (cerca de 200 mil habitantes), a cadeia de fast food McDonald's reduzirá a três o número de Estados brasileiros em que não atua -Amapá, Acre e Roraima. A chegada ao Tocantins é um exemplo da estratégia da empresa de ganhar mercado "interiorizando-se" pelo país.
Estão na mira da Arcos Dorados, que opera franquias da marca na América Latina, "os Estados do Norte e do Nordeste e Minas Gerais", conforme estratégia revelada ontem em Buenos Aires pelo presidente da empresa, Woods Staton.
As regiões Norte e Nordeste ampliaram sua participação em relação ao consumo total no país em 2009, conforme demonstrou reportagem da Folha no domingo passado, revelando a tendência de grandes redes varejistas concentrarem nessas regiões seus investimentos para 2010.
A previsão da Arcos Dorados é abrir 40 novos restaurantes McDonald's no Brasil até o fim deste ano. É o dobro das lojas inauguradas ao longo de 2009. Staton afirma que o Brasil, "principal mercado da região", concentra "50% dos investimentos" da empresa -estimados em US$ 500 milhões entre agosto de 2007 e dezembro de 2010- e vai "requerer cada vez mais".
São duas as razões da demanda brasileira por mais investimentos. A primeira é que "o país cresce e tem incorporado ao mercado consumidor uma população que não queremos perder para a concorrência", diz Staton.
A outra razão diz respeito à realização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. "Algo que estamos vendo com muita atenção, para [ter a chance de] ganhar "share [mercado]'", afirma.
A Arcos Dorados anunciou ter vendido US$ 3,6 bilhões em 2009. A expansão no Brasil foi de 4,8% em relação a 2008. O faturamento atingiu R$ 3,45 bilhões.


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