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LG diz que concorrentes temem perda de mercado
Sul-coreana se defende de acusações de concorrentes por ICMS na Zona Franca
Para rivais, LG recebe benefício de 8% a 10% do total cobrado de ICMS no Amazonas, o que diminui seu custo de produção
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Após uma semana sendo alvo
de críticas de empresas do setor eletroeletrônico da Zona
Franca de Manaus sobre a isenção do ICMS que recebe a mais
do governo do Amazonas, a indústria sul-coreana LG Electronics atribuiu ontem a insatisfação das rivais à "perda de
liderança" no mercado.
"O que existe [nas críticas] na
verdade é uma grande briga. Algumas empresas estão perdendo a liderança -não estou dizendo que é para a LG- e
acham que mexer no incentivo
[do ICMS] é uma forma de elas
voltarem a ter competitividade", disse o diretor de Relações
Institucionais da LG, Dilson
Funaro.
As críticas contra a LG partiram de empresas como Philips,
Semp Toshiba, Gradiente e
Samsung. O presidente da Philips, Paulo Zottolo, chegou a
apontar a possibilidade de
transferir sua fábrica da Zona
Franca de Manaus para outra
região. Também levou a questão ao governador Eduardo
Braga (PMDB), que hoje vai liderar em Manaus uma reunião
com as empresas. "Nós não fomos convidados", afirmou o diretor da empresa sul-coreana.
Com o desequilíbrio, Zottolo
diz que a LG tem grande vantagem comparativa- um benefício entre 8% e 10% do total cobrado do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e
Serviços, estadual). O Sindicato
dos Metalúrgicos do Amazonas
afirma que, com o atual ICMS, a
LG tem custo de produção de
televisores em cores de 15% a
20% menor que o das empresas
concorrentes.
Funaro afirmou que o ganho
de incentivo fiscal é de 5%. E
negou suposto benefício de
US$ 100 milhões ao ano com a
isenção. "Não sei como eles
chegaram a esse número."
Em 2003, o governador
Eduardo Braga (PMDB) fez
uma alteração na lei de incentivo fiscal que obrigava as empresas a um pagamento maior de
ICMS caso realizassem um novo projeto de investimento.
Apenas a LG e a Cineral não
aderiram à nova lei -e têm
isenção do ICMS superior a
85% do imposto devido. A isenção para as demais é de 55%.
"Alguém está chiando porque está perdendo mercado. O
incentivo acaba em 2014, quando terei que pagar 100% do
ICMS. Eles [concorrentes] vão
continuar com incentivo até
2023", afirmou Funaro.
Ampliação
As rivais criticam um projeto
de ampliação e atualização da
produção de televisores da LG
aprovado pela Suframa (Superintendência da Zona Franca
de Manaus) em fevereiro.
O projeto prevê a fabricação
de TVs em cores com tela de
plasma, buscando o novo mercado da era digital, com investimentos fixos de US$ 3,1 milhões (R$ 6,3 milhões). Mas,
por enquanto, a sul-coreana,
que é a segunda maior no setor
de eletroeletrônicos de Manaus, garantiu somente os incentivos fiscais federais.
Os empresários temem que,
se o governo do Amazonas
aprovar o projeto de ampliação
da LG, a nova unidade também
seja beneficiada pela isenção do
ICMS superior a 85%, da qual a
companhia já dispõe.
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