São Paulo, terça-feira, 24 de abril de 2007

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LG diz que concorrentes temem perda de mercado

Sul-coreana se defende de acusações de concorrentes por ICMS na Zona Franca

Para rivais, LG recebe benefício de 8% a 10% do total cobrado de ICMS no Amazonas, o que diminui seu custo de produção


KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Após uma semana sendo alvo de críticas de empresas do setor eletroeletrônico da Zona Franca de Manaus sobre a isenção do ICMS que recebe a mais do governo do Amazonas, a indústria sul-coreana LG Electronics atribuiu ontem a insatisfação das rivais à "perda de liderança" no mercado.
"O que existe [nas críticas] na verdade é uma grande briga. Algumas empresas estão perdendo a liderança -não estou dizendo que é para a LG- e acham que mexer no incentivo [do ICMS] é uma forma de elas voltarem a ter competitividade", disse o diretor de Relações Institucionais da LG, Dilson Funaro.
As críticas contra a LG partiram de empresas como Philips, Semp Toshiba, Gradiente e Samsung. O presidente da Philips, Paulo Zottolo, chegou a apontar a possibilidade de transferir sua fábrica da Zona Franca de Manaus para outra região. Também levou a questão ao governador Eduardo Braga (PMDB), que hoje vai liderar em Manaus uma reunião com as empresas. "Nós não fomos convidados", afirmou o diretor da empresa sul-coreana.
Com o desequilíbrio, Zottolo diz que a LG tem grande vantagem comparativa- um benefício entre 8% e 10% do total cobrado do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, estadual). O Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas afirma que, com o atual ICMS, a LG tem custo de produção de televisores em cores de 15% a 20% menor que o das empresas concorrentes.
Funaro afirmou que o ganho de incentivo fiscal é de 5%. E negou suposto benefício de US$ 100 milhões ao ano com a isenção. "Não sei como eles chegaram a esse número."
Em 2003, o governador Eduardo Braga (PMDB) fez uma alteração na lei de incentivo fiscal que obrigava as empresas a um pagamento maior de ICMS caso realizassem um novo projeto de investimento. Apenas a LG e a Cineral não aderiram à nova lei -e têm isenção do ICMS superior a 85% do imposto devido. A isenção para as demais é de 55%.
"Alguém está chiando porque está perdendo mercado. O incentivo acaba em 2014, quando terei que pagar 100% do ICMS. Eles [concorrentes] vão continuar com incentivo até 2023", afirmou Funaro.

Ampliação
As rivais criticam um projeto de ampliação e atualização da produção de televisores da LG aprovado pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) em fevereiro.
O projeto prevê a fabricação de TVs em cores com tela de plasma, buscando o novo mercado da era digital, com investimentos fixos de US$ 3,1 milhões (R$ 6,3 milhões). Mas, por enquanto, a sul-coreana, que é a segunda maior no setor de eletroeletrônicos de Manaus, garantiu somente os incentivos fiscais federais.
Os empresários temem que, se o governo do Amazonas aprovar o projeto de ampliação da LG, a nova unidade também seja beneficiada pela isenção do ICMS superior a 85%, da qual a companhia já dispõe.


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