DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os investimentos diretos estrangeiros neste mês deverão ficar abaixo da média mensal de US$ 1,6 bilhão registrada de janeiro a abril. A previsão do Banco Central é que os investimentos neste mês fiquem entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,4 bilhão.
Com isso, esses recursos não serão suficientes para cobrir o déficit em transações correntes, que deverá chegar a US$ 2 bilhões, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Lopes informou que até ontem os investimentos que ingressaram no país neste mês somavam US$ 800 milhões. Em maio de 2001, os estrangeiros investiram US$ 2,04 bilhões no Brasil.
Confirmado o ingresso de US$ 1,2 bilhão, os investimentos estrangeiros de janeiro a maio ficariam em US$ 7,861 bilhões, registrando queda de 10,7% em relação aos US$ 8,807 bilhões do mesmo período de 2001.
Na avaliação de Lopes, o volume de investimentos foi afetado pela volatilidade do mercado neste mês, com alta do dólar e queda nas Bolsas.
Isso ocorreu, entre outras coisas, devido ao rebaixamento dos títulos brasileiros por bancos de investimento estrangeiros, o que se deve em parte à subida nas pesquisas de intenção de voto do pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva.
Lopes destaca que 40% dos investimentos estrangeiros estão concentrados em negócios até US$ 10 milhões. "E o investidor menor tem uma visão mais conjuntural, de curto prazo, olha mais para o momento porque procura um retorno mais imediato", afirmou ele ao explicar a queda nos investimentos.
O Banco Central mantém a estimativa de US$ 18 bilhões para ingresso de recursos estrangeiros no país neste ano. No ano passado, esses investimentos alcançaram mais de US$ 22 bilhões.
No acumulado de janeiro a abril, os investimento estrangeiros totalizam US$ 6,6 bilhões. No mesmo período de 2001 foram US$ 6,7 bilhões.
Em abril, o ingresso de investimentos ficou em US$ 1,964 bilhão -US$ 671 milhões em conversão de dívidas de empresas com matriz no exterior-, contra US$ 2,029 bilhões no mesmo mês do ano passado.
A volatilidade do mercado em maio, de acordo com Altamir, também teve impacto nas posições dos bancos em dólar. Para atender à demanda do mercado, as instituições venderam moeda estrangeira em maior volume neste mês. (JS)


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