São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Resultado engloba pregões dos primeiros 20 dias deste mês; no ano, saldo é positivo em R$ 616 mi

Estrangeiros retiram R$ 155 mi da Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores estrangeiros retiraram, nos primeiros 20 dias deste mês, R$ 155,276 milhões da Bolsa de Valores de São Paulo. Com o resultado, o saldo acumulado no ano até aqui está positivo em R$ 616,462 milhões. Em fevereiro, março e abril, houve ingressos de recursos estrangeiros na Bovespa. O fluxo se inverteu a partir do início deste mês, quando o mercado passou a contabilizar o risco político do Brasil, em um ano de eleições presidenciais. Além disso houve a piora de indicadores econômicos, como o menor crescimento da indústria.
A Bolsa subiu 1,51%, para 12.555 pontos.O Ibovespa teve um dia de ajuste técnico, após a forte queda de 2,62% anteontem, considerada como exagerada por boa parte dos analistas. O giro diário foi de R$ 507,468 milhões.
Para Marcelo Schmitt, do banco Lloyds TSB, a tendência é que o humor melhore no mercado quando o ajuste nos cupons cambiais for concluído.
"Houve mais um passo em direção à aprovação da CPMF na quarta-feira e a escolha de Rita Camata [PMDB" para compor a chapa com José Serra [PSDB"", diz. Vários analistas do mercado dizem que a escolha da deputada foi boa e ela deverá trazer votos ao candidato do governo.

Viva-voz
Nesta semana, foi crescente o boato de que a Bovespa iria extinguir o pregão viva-voz e passar a contar apenas com o eletrônico.
Durante uma reunião ontem, a diretoria da instituição e representantes dos operadores discutiram mudanças técnicas nos pregões, como tentativa de estimular suas negociações.
O presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, afirmou ontem que reconhece que a extinção do pregão viva-voz é uma tendência mundial. "Mas nós queremos e estamos nos esforçando para que, no Brasil, os mercados eletrônico e viva-voz continuem convivendo", diz Magliano. Hoje há 280 profissionais credenciados como operadores na Bolsa. Há cinco anos, eram 1.500.
Quem diz que o pregão está com os dias contados cita os gastos para manter a estrutura de telefonia, registro das operações e de pessoal -particularmente em um momento de crise da Bolsa, como o atual. O vice-presidente da Bolsa, Eduardo Brenner, também negou o fim do viva-voz. (ANA PAULA RAGAZZI)


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