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De cada dez crianças entre 7 e 15 anos, seis têm celular
Tuca Vieira/Folha Imagem
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Beatriz Alonso Varela, estudante, que usa pouco o celular |
Levantamento é realizado com 1.300 meninos e meninas pela internet
18% usam aparelho só para receber chamadas, 43% fazem até 3 ligações diárias e apenas 8% usam telefone para 10 ligações ou mais
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Levantamento obtido pela
Folha mostra que 62% das
crianças e adolescentes entre 7
e 15 anos já têm telefone celular
próprio. O estudo que inclui esse dado deverá será apresentado hoje ao mercado pela Cartoon Network, da rede norte-americana Time Warner.
Há 90,6 milhões de celulares
no país (dado de abril) para
uma população de 186 milhões
de pessoas -o que resulta em
cerca de 48% do total.
A pesquisa foi feita com 1.300
crianças no início de 2006. Participaram do levantamento
aqueles que responderam às
questões existentes no site do
canal de TV. Constatou-se que
18% dos meninos e meninas
usam o celular apenas para receber chamadas -não fazem ligações. Outros 43% fazem por
dia de 1 a 3 chamadas telefônicas. Apenas 8% utilizam o aparelho para 10 ligações ou mais.
Como o aparelho passou a
ser um presente dos pais para
acompanhar os passos dos filhos, principalmente por razões de segurança, mais de 70%
das ligações dessa turma são
para a mãe. "Entre os mais velhos [de 13 a 15 anos], o percentual de ligações para amigos
atinge 81%, enquanto para o
público mais novo a taxa é de
39%", relata o levantamento.
Beatriz Alonso Varela, 13, estudante, faz parte dessa turma
que fala pouco no aparelho. Ela
pediu e ganhou há dois anos um
celular Siemens da mãe, na categoria de pré-pago. Trocou
por um Motorola recentemente, com direito a acessórios e
capa protetora de bichinho.
Gasta cerca de R$ 30 ao mês
-dinheiro depositado pela mãe
na conta do celular. "Todo
mundo que eu conheço tem
[celular]. Evito ligar toda hora.
Só quando preciso, mesmo",
diz ela, que é filha única.
Importante ressaltar que as
informações retratam um grupo específico de público
-aqueles com acesso à internet, de famílias com maior poder de renda e, logo, probabilidade elevada de ter em casa
crianças com o aparelho.
Dados da consultoria americana International Communications Research mostram que
68% dos lares com internet nos
EUA são habitados por famílias
com mais de um celular.
No Brasil, não há dados a respeito. Estudo da FGV mostra
que mais de 52% dos lares das
classes A e B possuem celular.
Menos e-mail, mais jogos
Perfil de consumidores traçado pela pesquisa mostra ainda discrepâncias no comportamento de compra entre meninos e meninas. Entre as garotas
ouvidas, de um total de 1.264
pessoas, 49% têm como atividade favorita no quarto a conversa ao telefone. No caso dos
garotos, o grupo daqueles que
se pendura no aparelho cai para
23%. Mas há outras diferenças
nos hábitos.
Os jogos em computadores
são a atividade escolhida para
46% das crianças e adolescentes do sexo masculino. Entre as
meninas, a taxa atinge 34%, o
que também não pode ser considerado número tão tímido.
O curioso é que, se as crianças usam o computador para
jogos, não lançam tanto mão do
recurso para navegar pela web
ou enviar e-mails. Os dados
mostram que 15% das meninas
têm o hábito de entrar na rede
para obter informações e 18%
para enviar recados. No caso
dos garotos, a taxa cai para 14%
e 15%, respectivamente.
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