São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2007

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Greenspan prevê "contração dramática" em Bolsa chinesa

Ex-presidente do Fed afirma o que ritmo do crescimento global não será mantido

Para ex-presidente do Fed, "nos últimos cinco anos, o mundo está crescendo mais rápido do que em qualquer época de sua história"


DA REDAÇÃO

O ex-presidente do Fed (Federal Reserve, o BC americano) Alan Greenspan disse ontem que o ritmo atual do crescimento global não será mantido e que teme "uma contração dramática" no mercado de ações chinês.
Para ele, o boom nas Bolsas chinesas, que vêm batendo recordes consecutivos nos últimos dias, não irá durar. "É claramente insustentável. Em algum momento haverá uma contração dramática."
Segundo o antecessor de Ben Bernanke no comando do Fed, a China é "crucial" no atual cenário econômico porque se tornou um "jogador integral".
Greenspan disse que a importação de produtos baratos da China é um dos elementos que estão estimulando o crescimento mundial. Ele também mencionou o deslocamento dos trabalhadores do Leste Europeu para o restante do continente e as baixas de taxas de juro e de inflação.
"Nos últimos cinco anos, o mundo como um todo está crescendo mais rápido do que em qualquer época de sua história", disse o ex-presidente do Fed. "Isso não pode durar e não irá durar porque é um ajuste que não terá seqüência."
Apesar da advertência, ele falou que, mesmo com a queda dos ativos mundiais, a economia global pode sair ilesa de uma possível desaceleração na China se for suficientemente flexível. "Nós teremos grandes declínios em alguns níveis, mas eles não podem ter efeitos significativos nos níveis de emprego ou da economia real."
As declarações de Greenspan provocaram queda em algumas das principais Bolsas mundiais, mas com menos intensidade do que aconteceu no final de fevereiro deste ano. Na ocasião, ele disse que era possível que a economia americana entrasse em recessão até o final de 2007, mas que não era provável.
O comentário de Greenspan -que inicialmente foi interpretado como se fossem, na sua visão, maiores as chances de recessão dos EUA- foi apontado, junto com os indicadores da economia americana e a desvalorização na Bolsa de Xangai, como motivo para a turbulência do mercado de ações naquele momento.
Ele voltou a se manifestar sobre o assunto há duas semanas, quando afirmou que há chance de dois terços de os EUA evitarem uma recessão, apesar da desaceleração da economia do país. Ele tinha feito declaração semelhante em março.
Greenspan também falou que a China deveria permitir que a moeda local, o yuan, se valorizasse a um ritmo "muito mais rápido" do que o que tem sido adotado. "Eles não podem fazer isso indefinidamente sem enfrentar conseqüências muito sérias."


Com agências internacionais

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