|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Telefônica diz que não participará de decisões na Telecom Itália no Brasil
LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
Em audiência ontem na Comissão de Ciência e Tecnologia
do Senado, o presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, disse esperar que a operação
de compra de parte da Telecom
Itália seja aprovada pelo Cade
(Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) e Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), já que, de acordo
com ele, não prejudicará o mercado brasileiro.
"O foco da operação é o mercado europeu. Nos países em
que houver impacto, nós garantimos que não participaremos
de decisões estratégicas na Telecom Itália", declarou Valente.
Os documentos das operação, relativos apenas à parte
concorrencial, foram entregues
na segunda-feira. Até o fim da
semana, a Telefônica pretende
enviar nova documentação à
Anatel para a anuência prévia
da agência.
No Brasil, a Telefônica, além
da empresa de telefonia fixa
que atua no Estado de São Paulo, detém participação na Vivo,
enquanto a Telecom Itália é dona da TIM e tem ações na Brasil
Telecom.
Valente garante, no entanto,
que a administração das empresas de telefonia móvel continuará separada, evitando
concentração de mercado.
"Não tem nenhuma fusão prevista", afirmou o executivo durante o encontro.
Com a operação, o Grupo Telefônica terá participação de
6,9% do capital total da Telecom Itália e 9,9% das ações com
direito a voto.
Distribuidora
Durante a audiência, Valente
esclareceu que a Telefônica não
tem interesse em produzir conteúdo. A empresa começa a entrar no mercado de TV por assinatura por satélite e a cabo, em
parceria com a TVA.
Segundo Valente, a Telefônica negocia com todos os produtores de conteúdo do país, entre eles a Rede Globo. "Nossa
preocupação não é produzir. O
foco é distribuir produtos. E
imaginar que não veiculando o
produto brasileiro trará sucesso é um equívoco", ressaltou.
O presidente voltou a defender mudanças na legislação
brasileira para permitir a chamada convergência entre serviços como telefonia, internet e
televisão.
Ele lembrou que o Código
Brasileiro de Telecomunicações é de 1962 e está ultrapassado. "O mundo caminha para
essa consolidação, cedo ou tarde vai chegar ao Brasil", disse
Valente aos senadores.
Texto Anterior: Comerciários e empresas fazem acordo sobre trabalho aos domingos Próximo Texto: Telefonia 1: Troca de pulsos para minutos gera dúvidas Índice
|