São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2007

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Telefônica diz que não participará de decisões na Telecom Itália no Brasil

LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

Em audiência ontem na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, o presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, disse esperar que a operação de compra de parte da Telecom Itália seja aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), já que, de acordo com ele, não prejudicará o mercado brasileiro.
"O foco da operação é o mercado europeu. Nos países em que houver impacto, nós garantimos que não participaremos de decisões estratégicas na Telecom Itália", declarou Valente.
Os documentos das operação, relativos apenas à parte concorrencial, foram entregues na segunda-feira. Até o fim da semana, a Telefônica pretende enviar nova documentação à Anatel para a anuência prévia da agência.
No Brasil, a Telefônica, além da empresa de telefonia fixa que atua no Estado de São Paulo, detém participação na Vivo, enquanto a Telecom Itália é dona da TIM e tem ações na Brasil Telecom.
Valente garante, no entanto, que a administração das empresas de telefonia móvel continuará separada, evitando concentração de mercado. "Não tem nenhuma fusão prevista", afirmou o executivo durante o encontro.
Com a operação, o Grupo Telefônica terá participação de 6,9% do capital total da Telecom Itália e 9,9% das ações com direito a voto.

Distribuidora
Durante a audiência, Valente esclareceu que a Telefônica não tem interesse em produzir conteúdo. A empresa começa a entrar no mercado de TV por assinatura por satélite e a cabo, em parceria com a TVA.
Segundo Valente, a Telefônica negocia com todos os produtores de conteúdo do país, entre eles a Rede Globo. "Nossa preocupação não é produzir. O foco é distribuir produtos. E imaginar que não veiculando o produto brasileiro trará sucesso é um equívoco", ressaltou.
O presidente voltou a defender mudanças na legislação brasileira para permitir a chamada convergência entre serviços como telefonia, internet e televisão.
Ele lembrou que o Código Brasileiro de Telecomunicações é de 1962 e está ultrapassado. "O mundo caminha para essa consolidação, cedo ou tarde vai chegar ao Brasil", disse Valente aos senadores.


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