São Paulo, domingo, 24 de maio de 2009

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Homens são mais afetados pela crise nos EUA

DE NOVA YORK

Na atual recessão americana, são os homens os principais atingidos. No caso de Nova York, homens que trabalhavam principalmente em áreas ligadas ao setor financeiro.
As demissões nesse segmento estão arruinando uma série de negócios na ponta de Manhattan, onde fica a região de Wall Street, com suas centenas de bancos e escritórios financeiros e a Bolsa de Nova York.
Em abril, pelo segundo mês consecutivo, a taxa de desemprego entre homens nos EUA ficou bem acima da média nacional, de 8,9%. Para os homens, ela saltou a 9,4%. Entre as mulheres, está em 7,1%.
Os homens são os mais atingidos não apenas no setor financeiro mas nas áreas que têm feito os maiores cortes de funcionários, como indústrias, especialmente automotivas.
"Na recessão de 2001, 51% dos empregos perdidos eram de homens. Nesta crise, 80% dos cortes são de vagas que eram ocupadas por pessoas do sexo masculino", afirma Andrew Sum, professor da área de economia do trabalho na Northeastern University.
Praticamente o mesmo se deu na recessão de 1991, com uma diferença: na crise norte-americana do início dos anos 1990, 1 milhão de homens foram demitidos. Nesta recessão, foram mais de 4,5 milhões.
A situação é ainda mais grave porque nas últimas três décadas os salários nos EUA estiveram em queda ou se mantiveram praticamente estagnados, especialmente para homens com nível educacional baixo.
O nível de emprego para pessoas do sexo masculino que tenham cursado uma universidade cedeu 1,4% desde novembro de 2007. Entre os que não têm curso superior, foram 6%.
As áreas que mais tiveram investimentos foram educação e saúde, que dependem de dinheiro estatal e empregam mais mulheres, mas pagando menos. Embora o papel das mulheres como fonte de renda venha aumentando, os homens permanecem como principais provedores em 75% das casas.
A expectativa para os próximos meses é que o pacote de estímulo de US$ 787 bilhões do presidente Barack Obama traga novo alento para a mão de obra masculina pouco escolarizada, com centenas de obras.
Quando o pacote foi aprovado, o governo prometeu criar ou salvar 3,5 milhões de empregos até setembro de 2010. Já foram gastos 3,6% do total, alimentando 150 mil vagas.
Só em Nova York e em setores de predominância masculina, 255,4 mil vagas foram fechadas na área financeira e outras 270,3 mil na industrial, segundo a agência Bloomberg.
Pelos cálculos de Thomas Philippon, professor de finanças da Stern School of Business, o encolhimento do setor financeiro em Nova York deve custar à cidade cerca de US$ 185 bilhões em lucros e salários. (FCZ)


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