São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2005

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MERCADO FINANCEIRO

Petróleo afeta ações norte-americanas, e Bovespa também recua; investidor não vê queda dos juros tão cedo

Cenário ruim nos EUA leva Bolsa a cair 3,36%

DA REPORTAGEM LOCAL

O preço do petróleo avançou com ânimo mais uma vez, e a resposta do mercado financeiro não foi das melhores. A Bovespa, na esteira das perdas do mercado acionário americano, encerrou o pregão com significativa desvalorização de 3,36%, a maior baixa em mais de dois meses.
O dólar não escapou e ganhou terreno diante do real, para fechar com alta de 0,7623%, a R$ 2,402.
O barril de petróleo bateu nos inéditos US$ 60 e trouxe mal-estar ao mercado. O Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, caiu 1,57%.
Apesar de ficar em segundo plano, o cenário político continua inspirando cautela por parte dos investidores.
Já esperada ata do Copom foi interpretada pelo mercado como sinalizadora de que a taxa básica de juros não cai tão cedo e deverá ficar congelada por alguns meses.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), apesar de o volume de negócios ter crescido 71% em relação ao pregão anterior, as projeções futuras de juros fecharam praticamente estáveis.
Os investidores esperam agora a divulgação do boletim Focus -feito semanalmente pelo BC com os bancos- na segunda, para calibrar suas apostas em relação à evolução da Selic. No último Focus, a projeção média era Selic (que está em 19,75%) a 18% no fim do ano.
Segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, chefiado pelo economista Octavio de Barros, "a depender da perspectiva favorável da inflação de preços livres nos próximos meses e a da continuidade da redução das estimativas de inflação futura, não podem ser descartadas desde já reduções da taxa básica em meados do terceiro trimestre deste ano".
Se a ata do Copom não trouxe muita novidade, o IPCA-15 apresentado ontem veio abaixo do esperado, o que é sempre positivo.
A Bovespa divulgou que o saldo de compras e vendas de ações com capital estrangeiro voltou a ficar positivo. Até o dia 20, as compras de ações feitas com capital estrangeiro bateram as vendas em R$ 306 milhões. Desde março, essa balanço tem sido negativo.
Apenas a ação preferencial da AmBev escapou no pregão de ontem -subiu 0,82%. Todos os outros papéis de maior liquidez da Bolsa, que compõem o Ibovespa, fecharam em baixa.
(FABRICIO VIEIRA)


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