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MERCADO FINANCEIRO
Petróleo afeta ações norte-americanas, e Bovespa também recua; investidor não vê queda dos juros tão cedo
Cenário ruim nos EUA leva Bolsa a cair 3,36%
DA REPORTAGEM LOCAL
O preço do petróleo avançou
com ânimo mais uma vez, e a resposta do mercado financeiro não
foi das melhores. A Bovespa, na
esteira das perdas do mercado
acionário americano, encerrou o
pregão com significativa desvalorização de 3,36%, a maior baixa
em mais de dois meses.
O dólar não escapou e ganhou
terreno diante do real, para fechar
com alta de 0,7623%, a R$ 2,402.
O barril de petróleo bateu nos
inéditos US$ 60 e trouxe mal-estar ao mercado. O Dow Jones,
principal índice da Bolsa de Nova
York, caiu 1,57%.
Apesar de ficar em segundo plano, o cenário político continua
inspirando cautela por parte dos
investidores.
Já esperada ata do Copom foi
interpretada pelo mercado como
sinalizadora de que a taxa básica
de juros não cai tão cedo e deverá
ficar congelada por alguns meses.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), apesar de o volume de negócios ter crescido 71%
em relação ao pregão anterior, as
projeções futuras de juros fecharam praticamente estáveis.
Os investidores esperam agora a
divulgação do boletim Focus
-feito semanalmente pelo BC
com os bancos- na segunda, para calibrar suas apostas em relação à evolução da Selic. No último
Focus, a projeção média era Selic
(que está em 19,75%) a 18% no
fim do ano.
Segundo o Departamento de
Pesquisas e Estudos Econômicos
do Bradesco, chefiado pelo economista Octavio de Barros, "a depender da perspectiva favorável
da inflação de preços livres nos
próximos meses e a da continuidade da redução das estimativas
de inflação futura, não podem ser
descartadas desde já reduções da
taxa básica em meados do terceiro trimestre deste ano".
Se a ata do Copom não trouxe
muita novidade, o IPCA-15 apresentado ontem veio abaixo do esperado, o que é sempre positivo.
A Bovespa divulgou que o saldo
de compras e vendas de ações
com capital estrangeiro voltou a
ficar positivo. Até o dia 20, as
compras de ações feitas com capital estrangeiro bateram as vendas
em R$ 306 milhões. Desde março,
essa balanço tem sido negativo.
Apenas a ação preferencial da
AmBev escapou no pregão de ontem -subiu 0,82%. Todos os outros papéis de maior liquidez da
Bolsa, que compõem o Ibovespa,
fecharam em baixa.
(FABRICIO VIEIRA)
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