São Paulo, sábado, 24 de junho de 2006

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Brasil recebe menos prêmios em Cannes

País conquista 29 Leões em evento de publicidade, ante 42 em 2005, mas deve manter posição no ranking

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi um dos piores anos para o Brasil em Cannes, a festa da publicidade mundial que reúne famintos por prêmios no balneário francês. O país patinou em categorias em que sempre promete e só deve manter a posição no ranking deste ano em razão do discreto desempenho de concorrentes.
O país volta sem participação na disputa por Agência do Ano e ainda protagonizou saia justa nunca vista em 53 anos de festival: devolveu um prêmio (Leão de Bronze) na categoria de anúncios porque o material era "fantasma" -nunca foi publicado na mídia.
O evento termina neste final de semana com o Brasil levando para casa só três Leões de Bronze na categoria de filmes publicitários (foram 21 finalistas), a premiação mais esperada da semana. Com isso, soma aí nove pontos -resultado pior dos últimos anos. Em 2005, as agências ficaram com um Leão de Ouro, dois de Prata, três de Bronze e 14 finalistas, somando 40 pontos. Foram 44 pontos em 2004.
No geral, incluindo todas as nove categorias, o Brasil fechou a sua participação com um total de 29 Leões em 2006. Foram nove na categoria de publicidade na internet, cinco em anúncios, outros cinco em rádio, quatro em outdoor, três em filmes e um na categoria "Media Lions" e outro em "Lions Direct". Ainda recebeu outro na premiação de "Young Creatives" (Jovens Criativos). No ano passado, foram 42 Leões no total e um Grand Prix (prêmio máximo). Em 2004, 41 Leões.
A participação mais modesta foi admita pelos próprios publicitários presentes em Cannes. Marco Versolato, que ganhou um Leão de Bronze (em filmes) com ação para o grupo Schincariol, disse: "A publicidade brasileira precisa se reinventar, dar um passo à frente. Mudanças nos critérios de escolha podem afetar os resultados, mas não posso afirmar que foi isso que afetou no resultado geral".
Um número menor de anúncios ou filmes poderia derrubar os resultados do país, mas não foi o caso. Em anúncios, por exemplo, as agências inscreveram 1.055 criações -o maior número do evento. Nesse caso, o país conquistou um Leão de Ouro e cinco de Bronze. No ano passado, essa categoria caminhava ao lado de outdoor. Em 2006, juntando os dois (press e outdoor), foram nove Leões. Em 2005, foram 12, e, em 2004, nove Leões -dois de Ouro.

Devolução
Para completar o momento do país, agências brasileiras protagonizaram uma situação, no mínimo, constrangedora. Por razões éticas, a Giovanni, FCB decidiu devolver um Leão de Bronze (na categoria anúncios) por considerar o prêmio "inaceitável". "O material foi criado para a ONG Ipas, mas a entidade nunca integrou a nossa carteira de clientes. Pedimos para cancelar a inscrição tempos atrás. Por uma falha nossa, não cancelamos", diz Marilena Senra, diretora corporativa de comunicação da agência.


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