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Brasil recebe menos prêmios em Cannes
País conquista 29 Leões em evento de publicidade, ante 42 em 2005, mas deve manter posição no ranking
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi um dos piores anos para o
Brasil em Cannes, a festa da publicidade mundial que reúne
famintos por prêmios no balneário francês. O país patinou
em categorias em que sempre
promete e só deve manter a posição no ranking deste ano em
razão do discreto desempenho
de concorrentes.
O país volta sem participação
na disputa por Agência do Ano
e ainda protagonizou saia justa
nunca vista em 53 anos de festival: devolveu um prêmio (Leão
de Bronze) na categoria de
anúncios porque o material era
"fantasma" -nunca foi publicado na mídia.
O evento termina neste final
de semana com o Brasil levando para casa só três Leões de
Bronze na categoria de filmes
publicitários (foram 21 finalistas), a premiação mais esperada da semana. Com isso, soma
aí nove pontos -resultado pior
dos últimos anos. Em 2005, as
agências ficaram com um Leão
de Ouro, dois de Prata, três de
Bronze e 14 finalistas, somando
40 pontos. Foram 44 pontos
em 2004.
No geral, incluindo todas as
nove categorias, o Brasil fechou
a sua participação com um total
de 29 Leões em 2006. Foram
nove na categoria de publicidade na internet, cinco em anúncios, outros cinco em rádio,
quatro em outdoor, três em filmes e um na categoria "Media
Lions" e outro em "Lions Direct". Ainda recebeu outro na
premiação de "Young Creatives" (Jovens Criativos). No ano
passado, foram 42 Leões no total e um Grand Prix (prêmio
máximo). Em 2004, 41 Leões.
A participação mais modesta
foi admita pelos próprios publicitários presentes em Cannes.
Marco Versolato, que ganhou
um Leão de Bronze (em filmes)
com ação para o grupo Schincariol, disse: "A publicidade brasileira precisa se reinventar, dar
um passo à frente. Mudanças
nos critérios de escolha podem
afetar os resultados, mas não
posso afirmar que foi isso que
afetou no resultado geral".
Um número menor de anúncios ou filmes poderia derrubar
os resultados do país, mas não
foi o caso. Em anúncios, por
exemplo, as agências inscreveram 1.055 criações -o maior
número do evento. Nesse caso,
o país conquistou um Leão de
Ouro e cinco de Bronze. No ano
passado, essa categoria caminhava ao lado de outdoor. Em
2006, juntando os dois (press e
outdoor), foram nove Leões.
Em 2005, foram 12, e, em 2004,
nove Leões -dois de Ouro.
Devolução
Para completar o momento
do país, agências brasileiras
protagonizaram uma situação,
no mínimo, constrangedora.
Por razões éticas, a Giovanni,
FCB decidiu devolver um Leão
de Bronze (na categoria anúncios) por considerar o prêmio
"inaceitável". "O material foi
criado para a ONG Ipas, mas a
entidade nunca integrou a nossa carteira de clientes. Pedimos
para cancelar a inscrição tempos atrás. Por uma falha nossa,
não cancelamos", diz Marilena
Senra, diretora corporativa de
comunicação da agência.
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