São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia Federal prende 31 acusados de fraudar o INSS em pelo menos R$ 11 mi

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Federal prendeu ontem 31 pessoas acusadas de fraudar o INSS em Bom Jesus do Itabapoana, no norte fluminense. Segundo a PF, já foi confirmado um prejuízo de R$ 11 milhões para a Previdência, mas, com base na documentação apreendida, o desfalque pode chegar a R$ 30 milhões.
A lista de presos inclui João Batista Chaves Magalhães, servidor do INSS e presidente da Câmara de Vereadores da cidade. Ele chegou a ocupar a prefeitura interinamente, mas saiu do cargo para concorrer às próximas eleições como vereador. O mote de sua campanha era a Previdência Social.
A ação da quadrilha contava com a participação de políticos, servidores do INSS, médicos e advogados. O esquema envolvia aposentadorias ou afastamento por invalidez.
As pessoas se apresentavam para exames e os médicos atestavam doenças que elas não tinham. Depois disso, muitas continuavam a trabalhar em empresas privadas ou na prefeitura, enquanto recebiam o benefício. Foram expedidos 19 mandados de prisão preventiva e 12 de prisão temporária para servidores do INSS, médicos, advogados e vereadores.
Os criminosos manipulavam o processo exigindo um mínimo de contribuições de quatro meses para obtenção do benefício máximo.
"Quando alguém chegava ao posto e constatava que o médico que atendia naquele horário era sério, era orientado por um servidor do próprio posto a remarcar a consulta para outra data. Algumas pessoas presas, entre os políticos, eram funcionários do INSS", afirmou Valdinho Caetano, superintendente regional da PF.
Segundo o Ministério Público Federal, apenas no ano passado foram concedidos 1.857 novos auxílios-doença e 128 novas aposentadorias por invalidez. "No ano passado, quase 10% da população adulta da cidade conseguiu benefício", diz o procurador da República Claudio Chequer, autor da denúncia. Peritos analisaram uma amostra de 85 segurados e constataram fraudes ou indícios de fraude em 84 benefícios.
A PF afirma que as pessoas que receberam recursos de forma fraudulenta serão responsabilizadas penalmente. Durante a investigação foram monitoradas de 400 a 800 ligações de celulares por dia.


Texto Anterior: Outro lado: Repasse está previsto em lei, dizem entidades
Próximo Texto: Direitos Humanos: OIT estima que 40 mil tenham trabalho forçado no país
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.