São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2008

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Investidores se retraem à espera do BC dos EUA

Bolsa tem leve alta de 0,04%; amanhã, Fed decide os juros

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana, que tem na reunião do Fed (o banco central dos EUA) seu mais relevante evento, começou bastante parada no mercado acionário. Para a Bovespa, o pregão de ontem resultou em leve alta de 0,04%. Em Wall Street, o índice Dow Jones encerrou estável.
A movimentação no pregão da Bovespa ilustra bem a apatia do mercado. Foram movimentados apenas R$ 4,05 bilhões -a média diária do ano é de R$ 6,25 bilhões.
A Bolsa de Valores de São Paulo só escapou do vermelho ontem devido às altas de Petrobras e Vale, as duas companhias de maior peso na composição do índice Ibovespa.
Em dia de alta do petróleo no mercado internacional, após a pouco frutífera reunião dos principais produtores e consumidores do produto no mundo, no fim de semana, as ações da Petrobras subiram 1,92% (ordinárias) e 1,76% (preferenciais).
O barril de petróleo teve elevação de 1,02% em Nova York -para US$ 136,74- e de 1,53% em Londres.
As ações da Vale tiveram ganhos de 1,87% (ON) e 1,60% (PNA), em um dia positivo para o setor siderúrgico e de mineração. O setor reagiu ao fato de a maior siderúrgica da China, a Baosteel, ter aceito pagar um novo reajuste no minério de ferro (de 79,9% a 96,5%), em acerto feito com a mineradora Rio Tinto. O reajuste é maior que o conseguido pela Vale em fevereiro (de 65% a 71%).
No pregão de hoje, os investidores devem ainda se manter cautelosos, à espera da decisão sobre os juros americanos.
O Fomc (comitê do Fed que define os juros) irá anunciar como fica a taxa americana, que está em 2% anuais, na quarta. A expectativa predominante no mercado é que a taxa não seja alterada. Assim, o que interessa a analistas e investidores, e pode agitar o mercado financeiro internacional, é o comentário que os dirigentes do Fomc emitirão após o encontro.
Sinais mais claros de que uma rodada de elevação nos juros norte-americanos virá em breve, em resposta às persistentes pressões inflacionárias, tende a ser um fator negativo para o mercado acionário. A retomada da alta dos juros pode afastar ainda mais os investidores das Bolsas, que representam riscos maiores que as aplicações de renda fixa.
No Brasil, o que se tem visto neste mês é a saída elevada de capital externo. No mês, até o dia 18, o saldo das operações feitas com capital externo ficou negativo em R$ 6,39 bilhões.
O dólar fechou ontem em alta de 0,50%, cotado a R$ 1,614.


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