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MERCADO FINANCEIRO
Futuro dos juros nos EUA derruba Bolsa
da Reportagem Local
A mudança de perspectiva quanto aos juros dos EUA provocou
queda na Bolsa de Valores de São
Paulo ontem.
O mercado já estava trabalhando
com a possibilidade de uma alta de
0,25 ponto percentual nos juros
norte-americanos. Nos últimos
dois dias, a expectativa mudou. Os
investidores passaram a apostar
numa alta de 0,50 ponto.
O reflexo da mudança foi sentido ontem nos T-Bonds, os títulos
norte-americanos de 30 anos de
vencimento. Na sexta-feira, eles
pagavam rentabilidade de 5,968%
ao ano. Ontem, fecharam em
6,138%.
Os papéis já estão embutindo a
perspectiva de uma elevação nos
juros. Para atrair compradores,
precisam aumentar a rentabilidade (o investidor foge de um papel
que paga pouco, caso tenha a impressão de que os juros vão aumentar no curto prazo).
A taxa de juros nos EUA está em
4,75%. O aumento seria usado pelo Fed (banco central do país) como mecanismo antiinflacionário.
O aumento dos T-Bonds torna
os papéis mais atraentes. Investidores vendem os títulos de dívidas
de outros países (como o Brasil) e
correm para os T-Bonds (mais seguros).
Os C-Bonds, títulos brasileiros
mais negociados no exterior,
apresentaram desvalorização de
1,02% ontem, fechando cotados a
64% do valor de face.
A preocupação com um aumento acima do previsto nos juros dos
EUA afetou a Bolsa de Nova York,
que fechou em baixa de 0,51%. E
fez a Bovespa registrar queda de
1,52%.
"A Bovespa apresentou pouca
liquidez (ontem), como vem
acontecendo em todo o mês. Assim, o comportamento de Nova
York acaba tendo grande influência", disse Roberto Dotta, administrador de carteiras da Tudor
Asset Management.
Entre os pontos positivos levantados ontem estavam a expectativa
de mudança nos juros, com a reunião do Comitê de Política Monetária, que não foi anunciada até o
fechamento do mercado.
A decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso de afastar a
diretoria do Banespa, apesar de
ser uma medida técnica, foi comemorada como um indício de que o
governo pode adotar posturas
mais agressivas no futuro, diminuindo os conflitos políticos de
sua base. (MARCELO DIEGO)
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