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MERCADO FINANCEIRO
Moeda americana sobe 0,48%, para R$ 2,92; C-Bonds caem 2,56% e Bolsa tem baixa de 1,48%
Dólar bate recorde do real pelo 2º dia seguido
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais um dia nervoso para
os mercados, o dólar atingiu, pelo
segundo pregão consecutivo, cotação recorde do real. Fechou em
alta de 0,48%, negociado a R$
2,92. Durante o dia, chegou a subir 0,93%, para R$ 2,933.
A alta foi contida porque o Banco Central vendeu US$ 50 milhões
ao mercado, como parte da ração
diária retomada em junho. Nos
últimos dias, o BC havia feito apenas leilões de linha externa, em
que empresta a moeda com o
compromisso de recomprá-la no
futuro, o que não tem impacto suficiente para segurar a cotação.
No mercado futuro, a cotação
da moeda continuou abaixo da
registrada no à vista. O dólar para
agosto fechou a R$ 2,909 ontem.
Isso significa que há grande procura para ter a moeda americana
em mãos para honrar compromissos e que há o desmonte de
operações no mercado futuro.
O fato de o JP Morgan ter rebaixado a recomendação de compra
para os títulos brasileiros serviu
para aumentar o pessimismo do
mercado.
A Bolsa de Valores de São Paulo
caiu 1,48% ontem, para 9.745
pontos. O giro financeiro foi de
R$ 519,924 milhões. Nos três últimos pregões, a Bolsa acumula
baixa de 9,87%. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira,
caíram 2,56%.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para
os juros futuros voltaram a subir.
Os contratos mais negociados,
para janeiro de 2003, passaram de
21,66% anteontem para 22,55%.
Pedro Thomazoni, diretor do
Lloyds TSB, lembra que o pano de
fundo de toda a instabilidade é
uma forte crise de credibilidade
em relação às empresas pelo
mundo. "A única coisa clara, no
momento, é que a crise está longe
de ser resolvida. O impacto para
os negócios não ficará na dimensão atual, deverá aumentar ou diminuir. Mas, em minha avaliação,
os indicadores brasileiros têm até
se comportado bem", afirma.
Segundo Luiz Antonio Vaz das
Neves, da Planner Corretora, a situação é bastante preocupante
exatamente por não se saber qual
será o limite das perdas. "Há análises gráficas mostrando que, se a
Bolsa cair abaixo dos 9.500 pontos, o novo limite de baixa seria
5.800 pontos, um desastre."
O dia ontem também foi de expectativa para a entrevista da vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krueger, no final da tarde de ontem.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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