São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Moeda americana sobe 0,48%, para R$ 2,92; C-Bonds caem 2,56% e Bolsa tem baixa de 1,48%

Dólar bate recorde do real pelo 2º dia seguido

DA REPORTAGEM LOCAL

Em mais um dia nervoso para os mercados, o dólar atingiu, pelo segundo pregão consecutivo, cotação recorde do real. Fechou em alta de 0,48%, negociado a R$ 2,92. Durante o dia, chegou a subir 0,93%, para R$ 2,933.
A alta foi contida porque o Banco Central vendeu US$ 50 milhões ao mercado, como parte da ração diária retomada em junho. Nos últimos dias, o BC havia feito apenas leilões de linha externa, em que empresta a moeda com o compromisso de recomprá-la no futuro, o que não tem impacto suficiente para segurar a cotação.
No mercado futuro, a cotação da moeda continuou abaixo da registrada no à vista. O dólar para agosto fechou a R$ 2,909 ontem. Isso significa que há grande procura para ter a moeda americana em mãos para honrar compromissos e que há o desmonte de operações no mercado futuro.
O fato de o JP Morgan ter rebaixado a recomendação de compra para os títulos brasileiros serviu para aumentar o pessimismo do mercado.
A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 1,48% ontem, para 9.745 pontos. O giro financeiro foi de R$ 519,924 milhões. Nos três últimos pregões, a Bolsa acumula baixa de 9,87%. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, caíram 2,56%.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros futuros voltaram a subir. Os contratos mais negociados, para janeiro de 2003, passaram de 21,66% anteontem para 22,55%.
Pedro Thomazoni, diretor do Lloyds TSB, lembra que o pano de fundo de toda a instabilidade é uma forte crise de credibilidade em relação às empresas pelo mundo. "A única coisa clara, no momento, é que a crise está longe de ser resolvida. O impacto para os negócios não ficará na dimensão atual, deverá aumentar ou diminuir. Mas, em minha avaliação, os indicadores brasileiros têm até se comportado bem", afirma.
Segundo Luiz Antonio Vaz das Neves, da Planner Corretora, a situação é bastante preocupante exatamente por não se saber qual será o limite das perdas. "Há análises gráficas mostrando que, se a Bolsa cair abaixo dos 9.500 pontos, o novo limite de baixa seria 5.800 pontos, um desastre."
O dia ontem também foi de expectativa para a entrevista da vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krueger, no final da tarde de ontem. (ANA PAULA RAGAZZI)


Texto Anterior: Funcionários da Volks/Taubaté rejeitam folgas
Próximo Texto: O Vaivém das Commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.