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Aérea terá espaço garantido por dois meses
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Ao menos pelos próximos
dois meses, os valiosos "slots"
(espaços e horários para pousos e decolagens nos aeroportos) aos quais a Varig tem direito atualmente serão mantidos
com a companhia aérea, mesmo que ela não os opere.
Isso porque o prazo da Anac
de 30 dias para que a aérea retome suas linhas, sob pena de
perdê-las, só começará a valer
depois que a Aero Transportes
Aéreos, subsidiária criada pela
VarigLog para comprar a Varig,
tiver um contrato de concessão
de transporte aéreo.
Para assinar esse contrato, a
Aero precisa obter primeiro o
Cheta -certificado de transporte aéreo concedido pela
Anac que, em situação normal,
demora de seis meses a um ano
para sair. No caso da Aero, a expectativa da Anac, segundo a
Folha apurou, é que ele demore entre 30 e 40 dias. Há forte
pressão política na agência para que essa aprovação saia no
menor tempo possível.
Para obter o Cheta, a companhia precisa apresentar, entre
outras informações, qual o número de aviões que vai operar,
quais aeronaves e também qual
a malha que voará. São informações que a VarigLog, em árdua negociação com as empresas de leasing, não possui.
O Cheta da VarigLog poderia
ser utilizado para operar a Varig nova, já que ela comprou a
companhia. A compradora da
Varig, entretanto, teria optado
por não utilizá-lo para não contaminar o novo negócio com as
polêmicas envolvendo sua venda para a Volo do Brasil (acusada de ser "laranja" do fundo
americano Matlin Patterson).
Problemas
O primeiro passo para obter
o Cheta é ter uma portaria de
funcionamento jurídico. Os documentos já foram entregues à
Anac na quarta-feira, mas alguns problemas foram detectados. O capital social proposto
pela Aero, por exemplo, seria
incompatível com o tamanho
da companhia que comprou.
A VarigLog não apresentou
ainda certidões negativas de
débitos relativos a tributos federais, à dívida ativa da União, a
débitos com a Previdência Social e de pedidos de falência.
A partir do momento em que
a Aero tiver o contrato de concessão, a Varig terá 30 dias para
operar as linhas a que tem direito, e perderá as que deixar de
voar. Hoje, ela tem autorização
para realizar 272 vôos por dia,
mas opera muito menos, por
falta de aviões. Sem aeronaves
suficientes, a companhia deve
perder boa parte de suas linhas.
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